Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 08 de Setembro de 2020 às 18:05

Opositora some na Bielorrússia e reaparece presa após suposta fuga

Líder oposicionista Maria Kolesnikova foi agarrada na rua e desapareceu após ser empurrada para dentro de um furgão na segunda-feira (7)

Líder oposicionista Maria Kolesnikova foi agarrada na rua e desapareceu após ser empurrada para dentro de um furgão na segunda-feira (7)


TUT.BY/AFP/JC
A repressão na Bielorrússia contra opositores ganhou um novo capítulo de mistério e contradições nesta terça-feira (8): a líder oposicionista que havia sido agarrada na rua e desaparecido após ser empurrada para dentro de um furgão na segunda-feira (7) reapareceu na fronteira com a Ucrânia.
A repressão na Bielorrússia contra opositores ganhou um novo capítulo de mistério e contradições nesta terça-feira (8): a líder oposicionista que havia sido agarrada na rua e desaparecido após ser empurrada para dentro de um furgão na segunda-feira (7) reapareceu na fronteira com a Ucrânia.
Segundo o governo, Maria Kalesnikava, de 38 anos, foi detida quando tentava deixar o país irregularmente. Para membros da oposição, ela se jogou do carro que tentava tirá-la do país ou rasgou seu passaporte para impedir a entrada na Ucrânia (bielorrussos usam o passaporte como documento de identificação).
A versão sobre a destruição do passaporte para impedir que os guardas ucranianos liberassem sua entrada foi dada pela agência de notícias Interfax, da Ucrânia. O serviço de fronteiras da Bielorrússia disse não ter informações sobre isso.
Maria era uma das três mulheres à frente da principal candidatura contra o presidente Alexandr Lukachenko, de 61 anos, na eleição presidencial do dia 9 de agosto. O resultado oficial, que deu a ele mais de 80% dos votos, foi considerado fraudado e deflagrou a onda de protestos que entrou nesta terça-feira no 31º dia. Nesse intervalo, o governo já expulsou dois dos sete líderes do conselho criado para negociar novas eleições, e outros dois, além de Maria, estão presos.
A hipótese de que a oposicionista tenha frustrado os planos do governo no último momento é corroborada por sua família, que na segunda havia prestado queixa sobre seu desaparecimento. Segundo seu pai, Alexander Kolesnikov, "ela sempre dizia 'aconteça o que for, não vou deixar a Bielorrússia'".
O advogado Maxim Znak, que também faz parte da liderança do conselho de transição, afirmou que ela lhe disse a mesma coisa quando eles discutiram o que fazer se fossem alvo de destino semelhante ao da colega Olga Kovalkova, detida e levada à força para a Polônia, segundo ela. "No domingo à noite, Maria Kalesnikava tinha uma posição clara de que em hipótese alguma deixaria o país, apenas pela força", afirmou Znak à imprensa bielorrussa.
Segundo o vice-ministro do Interior da Ucrânia, Anton Gerashchenko, Maria sofreu uma tentativa de expulsão forçada, que não foi bem-sucedida "porque esta corajosa mulher agiu para impedir que a fizessem atravessar a fronteira".
Quando foi pega por homens em trajes civis e mascarados e levada em um furgão escuro, ela se dirigia ao correio para buscar dois documentos oficiais: uma carta da KGB (serviço secreto bielorrusso) e uma intimação por ter participado de manifestações (no país, eventos públicos só são permitidos com autorização do regime). Já o presidente Alexandr Lukachenko disse que Maria queria "fugir para a Ucrânia, onde mora sua irmã", segundo jornalistas russos que o entrevistaram na manhã de ontem.
Um pouco antes, o governo havia afirmado a jornalistas que ela havia passado para o país vizinho. Depois, a TV estatal disse que Maria "tentou sair ilegalmente do território da República da Bielorrússia, mas foi detida na fronteira".
A ativista estava detida no posto de fronteira de Mozyr, no sul do país, segundo o Comitê Estadual de Fronteiras. Ex-colegas de Maria durante a campanha eleitoral, porém, disseram que não há informação sobre quem havia feito a prisão nem por que motivo.
Outros dois membros do conselho que haviam desaparecido na segunda em Minsk, Anton Rodnenkov e Ivan Kravtsov, reapareceram ontem na Ucrânia, também após expulsão forçada, segundo o Ministério do Interior ucraniano. Segundo a TV estatal bielorrussa, eles "fugiram para o exterior na noite de segunda-feira".
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO