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Internacional

- Publicada em 04 de Setembro de 2020 às 15:48

Um mês após explosões no Líbano, equipes continuam buscando sobreviventes

Bombeiros vasculham escombros em Beirute e acreditam ainda ser possível encontrar sobreviventes

Bombeiros vasculham escombros em Beirute e acreditam ainda ser possível encontrar sobreviventes


JOSEPH EID/AFP/JC
Equipes de resgate escavavam, na quinta-feira (3), escombros no bairro boêmio de Gemmayzeh, em Beirute, capital do Líbano, em busca de sobreviventes das duas explosões que, em 4 de agosto, destruíram parte da cidade e mataram 190 pessoas. Havia uma pequena esperança: bombeiros relataram a detecção de um fraco batimento cardíaco cerca de 2 metros abaixo dos destroços. "Pode haver sobreviventes", afirmou o governador da cidade, Marwan Abboud. Sete pessoas continuam desaparecidas, segundo o exército libanês. Dos 6,5 mil feridos, ao menos 150 devem ficar permanentemente incapacitados. 
Equipes de resgate escavavam, na quinta-feira (3), escombros no bairro boêmio de Gemmayzeh, em Beirute, capital do Líbano, em busca de sobreviventes das duas explosões que, em 4 de agosto, destruíram parte da cidade e mataram 190 pessoas. Havia uma pequena esperança: bombeiros relataram a detecção de um fraco batimento cardíaco cerca de 2 metros abaixo dos destroços. "Pode haver sobreviventes", afirmou o governador da cidade, Marwan Abboud. Sete pessoas continuam desaparecidas, segundo o exército libanês. Dos 6,5 mil feridos, ao menos 150 devem ficar permanentemente incapacitados. 
Na semana passada, um cão farejador francês detectou alguma coisa sob os escombros de um prédio residencial, mas ninguém deu muita bola. Desde então, moradores irritados insistiam para que as autoridades enviassem equipes de resgate, porque acreditavam que existia alguém preso no meio do entulho. Finalmente, na noite de quarta-feira (2), chegaram os socorristas da Topos Chile, equipe conhecida mundialmente por seu trabalho de resgate durante o terremoto no Haiti, quando conseguiu retirar com vida uma pessoa que ficou 27 dias debaixo de escombros.
Logo, um cão farejou um sinal de vida. Em seguida, scanners de temperatura e câmeras captaram batimentos cardíacos. Depois, um equipamento especial de resgate identificou a presença de dois corpos - de um adulto e outro menor, talvez de uma criança. Em um dos corpos, a parafernália detectou o que poderia ser um pulso com 18 batimentos por minuto, segundo Edward Bitar, da ONG Live Love Lebanon, que é parte do esforço de resgate. "Mas não temos certeza se há alguém vivo. Não temos nem certeza de que há corpos lá dentro. É isso que o equipamento está mostrando. Só que, às vezes, o equipamento mostra algo e não há nada."
Rapidamente, uma equipe instalou holofotes no local e intensificou as escavações, que continuaram durante a noite. "Não queremos criar falsas expectativas", disse Bitar. "Mas, se houver 1% de possibilidade de encontrar alguém, faremos tudo o que for possível." Porém, na noite de quinta-feira, a busca foi suspensa, porque uma parede ameaçava desabar sobre a equipe de resgate.
"A respiração que nós detectamos é de um humano", garantiu Francisco Lermanda, chefe da equipe de resgate do Chile. A suspeita dele é de que a pessoa presa sob os escombros esteja em coma. Segundo ele, seus homens conseguem tirar até 10 centímetros de entulho por hora. 

Causas das explosões ainda não foram determinadas

Um mês depois da tragédia, autoridades ainda não conseguiram determinar a causa das explosões - embora tenham ordenado a prisão de alguns dos possíveis responsáveis. Parte das vítimas ainda não se recuperou e as consequências econômicas, que devem perdurar no país, que já vivia uma crise, começaram a ser sentidas.
Até agora, 21 pessoas, a maioria delas funcionárias portuárias ou alfandegárias, foram presas por algum tipo de envolvimento na explosão. No dia 31 de agosto, o juiz Fadi Sawwan, responsável pelas investigações, expediu dois mandados de prisão, um contra o diretor de transporte marítimo do Ministério dos Transportes e outro contra um alto funcionário.
Apesar das prisões, as circunstâncias exatas da explosão ainda não são totalmente conhecidas. Nenhuma evidência conclusiva foi encontrada na primeira fase dos interrogatórios, afirmou Sawwan.
Uma das linhas de investigação trabalha com a possibilidade de que o incidente tenha se originado durante a soldagem de uma porta quebrada no armazém número 12. Três trabalhadores, todos atualmente sob custódia, teriam gerado faíscas que causaram o incêndio - que, por sua vez, causou a explosão.
Documentos que surgiram após a tragédia indicam que algumas autoridades tinham conhecimento há ao menos 6 anos de que 2.750 toneladas de nitrato de amônio estavam sendo incorretamente armazenadas em um depósito do porto. Oficiais franceses, russos e norte-americanos colaboram com a investigação. O caso deve ser transferido para a mais alta corte do país, e não caberá recurso.
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