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Líbano

- Publicada em 04 de Setembro de 2020 às 15:38

Ao menos 150 vítimas da explosão em Beirute ficarão permanentemente incapacitadas

Maioria dessas 150 pessoas que ficaram incapacitadas teve perda de visão e/ou de membros

Maioria dessas 150 pessoas que ficaram incapacitadas teve perda de visão e/ou de membros


IBRAHIM AMRO/AFP/JC
As explosões que destruíram parte de Beirute, em 4 de agosto, mataram 190 pessoas e deixaram mais de 6,5 mil feridos, entre os quais, ao menos 150 devem ficar permanentemente incapacitadas, segundo uma contagem do Ministério da Saúde do país. "O número pode ser ainda maior, mas ainda estamos no processo de vasculhar os casos em vários hospitais antes de chegar a uma contagem exata", disse Joseph al-Hilw, diretor de assistência médica do Ministério, segundo a Al Jazeera. A maioria dessas 150 pessoas teve perda de visão e/ou de membros.
As explosões que destruíram parte de Beirute, em 4 de agosto, mataram 190 pessoas e deixaram mais de 6,5 mil feridos, entre os quais, ao menos 150 devem ficar permanentemente incapacitadas, segundo uma contagem do Ministério da Saúde do país. "O número pode ser ainda maior, mas ainda estamos no processo de vasculhar os casos em vários hospitais antes de chegar a uma contagem exata", disse Joseph al-Hilw, diretor de assistência médica do Ministério, segundo a Al Jazeera. A maioria dessas 150 pessoas teve perda de visão e/ou de membros.
Além disso, muitas pessoas enfrentam agora o transtorno de estresse pós-traumático, que deve levar muito tempo para ser superado, segundo as autoridades. O Ministério da Saúde se responsabilizou pelo tratamento vitalício dos sobreviventes; no caso de refugiados, agências da ONU precisarão arcar com os custos.
A explosão também causou US$ 4,6 bilhões em danos físicos, segundo o Banco Mundial em um relatório divulgado na segunda-feira (31). A tragédia deixou quase 300 mil pessoas desabrigadas, destruiu grande parte do porto e danificou bairros inteiros.
Os setores social, de habitação e de cultura foram os mais afetados, sofrendo danos substanciais que totalizam entre US$ 1,9 bilhão e US$ 2,3 bilhões e US$ 1 bilhão e US$ 1,2 bilhão, respectivamente, acrescentou o órgão.
O Líbano está atolado na pior crise econômica e financeira de sua história moderna, com uma dívida externa girando em torno de 170% do PIB. Juntas, a crise, a pandemia de coronavírus e a explosão elevaram a taxa de pobreza de 28%, em 2019, para 55% em 2020.
Prevê-se que a fome piore, com mais de 50% da população sob risco de não ter acesso a alimentos básicos até o final de 2020. Entre US$ 35 e US$ 40 milhões serão necessários nos próximos três meses para atender às necessidades básicas de 90 mil pessoas afetadas pela explosão.
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Pandemia de coronavírus somada à explosão elevou a taxa de pobreza de 28%, em 2019, para 55% em 2020. FOTO: STR/AFP/JC
Para muitos libaneses, a explosão foi a tragédia que fez o copo transbordar. Alguns começaram a deixar o país, com uma empresa de pesquisa relatando um aumento de 36% nas partidas diárias de passageiros. De acordo com dados do Google, a busca no país pela palavra "imigração" atingiu seu maior pico nos últimos dez anos.

Relembre a tragédia no Líbano

No dia 4 de agosto, duas fortes explosões atingiram a região do porto de Beirute. Registradas em vídeos que rapidamente tomaram as redes sociais, elas foram sentidas em cidades vizinhas e até no Chipre, ilha que fica a 240 quilômetros de distância. Testemunhas relataram tremor e janelas quebradas em várias partes da capital do Líbano.
O primeiro choque, segundo a TV Al-Manar, veículo oficial do Hezbollah, aconteceu pouco antes das 18h (12 horas em Brasília). Ele teria provocado um incêndio em um depósito de fogos de artifício. Philip Boulos, que governa a região de Beirute, disse que uma equipe de bombeiros foi enviada para conter o fogo. Alguns minutos depois, veio a segunda explosão.
De acordo com o governo, o choque mais violento aconteceu após o fogo atingir 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio que estavam incorretamente armazenados no local. O produto é um fertilizante amplamente usado na agricultura - e já esteve ligado a outras explosões no passado. O composto, por si só, é relativamente pouco explosivo, mas tem grande potencial para causar estragos.
A carga havia chegado ao Líbano em setembro de 2013, a bordo de um navio de carga de propriedade russa com uma bandeira da Moldávia, e acabou sendo descarregada e colocada no armazém 12 do porto após a embarcação enfrentar problemas.