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Internacional

- Publicada em 01 de Setembro de 2020 às 19:48

Tensão militar entre Rússia e Otan escala em meio à crise na Bielorrússia

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu ajudar governo bielorrusso caso situação recrudesça

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, prometeu ajudar governo bielorrusso caso situação recrudesça


MIKHAIL KLIMENTYEV/AFP/JC
A tensão militar no norte da Europa teve uma escalada nesta terça-feira (1º) com interceptações de aviões da Otan por caças russos e uma queixa formal de Moscou contra um exercício militar norte-americano na Estônia.
A tensão militar no norte da Europa teve uma escalada nesta terça-feira (1º) com interceptações de aviões da Otan por caças russos e uma queixa formal de Moscou contra um exercício militar norte-americano na Estônia.
O pano de fundo para o tom de confronto é a crise na Bielorrússia, país aliado da Rússia cujo presidente, Aleksandr Lukachenko, acusou a aliança militar ocidental de interferir em seu país desde que passou a enfrentar protestos diários após uma eleição considerada fraudulenta, em 9 de agosto.
Lukachenko colocou suas forças em alerta máximo e tem feito exercícios militares. Ele tem a promessa de ajuda do colega Vladimir Putin em caso de a situação recrudescer, e os russos passaram as primeiras semanas após o pleito fazendo manobras ostensivas em toda a região, para mostrar prontidão. Um dos focos foi a região russa de Kaliningrado, entre a Polônia e a Lituânia, palco frequente de simulações de combate.
A Otan não ficou para trás. Há um sensível aumento nos relatos de interceptação russas em toda a área. Apenas nesta terça-feira, dois aviões de reconhecimento P-3 Orion da aliança foram interceptados, segundo informações da Folhapress.
No mar Báltico, um modelo alemão foi afastado da fronteira russa por um caça Su-27. Já no gélido mar de Barents, outro desses quadrimotores a hélice foi interceptado por um MiG-31 e escoltado para longe das águas russas.
A esses incidentes se somam diversos outros nas últimas duas semanas. Em 28 de agosto, um bombardeiro estratégico B-52 norte-americano foi perseguido por um Su-27 russo que, segundo a Otan, violou o espaço aéreo da Dinamarca - o comando militar de Moscou nega.
A situação preocupa também países europeus que não fazem parte da Otan, como a Suécia, que aumentou o nível de seu alerta militar na semana passada devido às ações de russos e ocidentais no Báltico.
Também nesta terça-feira, a embaixada russa em Washington protestou contra o primeiro exercício dos EUA com munição real fora de uma base sua na Europa, justamente na Estônia, vizinha da Rússia e próxima da Bielorrússia. Os treinamentos começaram pela manhã e vão até o dia 10 de agosto, envolvendo forças estonianas e um batalhão de artilharia do Exército norte-americano, usando lançadores múltiplos de foguetes. "Essas ações são provocativas e extremamente perigosas para a estabilidade regional", afirmou comunicado da embaixada.
A ação lá é simbólica também. Os Estados Bálticos, juntamente com a Polônia, têm medo existencial ante os russos. Os três primeiros eram parte da União Soviética até 1991, e Varsóvia era central para o sistema de satélites comunistas do Kremlin no Leste Europeu.
Desde 2017, três anos após Putin anexar a Crimeia da Ucrânia para garantir que o país, que acabara de derrubar um presidente pró-Moscou, não se unisse à Otan ou à União Europeia, a aliança militar ocidental reforçou sua presença no Báltico e na Polônia.
Além disso, conduz mais missões no mar Negro e exercícios com Kiev, embora a adesão à aliança não seja factível. A tensão permanece alta. Na sexta-feira (28), dois caças Su-27 foram acusados de quase se chocar com um bombardeiro americano B-52 na região.
Em cada um dos quatro países há uma base multinacional comandada por um aliado. O patrulhamento aéreo de Estônia, Letônia e Lituânia, que não têm Aeronáutica, é feito pela Otan.
A Ucrânia, assim como a Bielorrússia, serve de tampão entre as forças de Putin e as da Otan. Do ponto de vista geopolítico, o Kremlin não aceita sua absorção por estruturas ocidentais. No caso bielorrusso, ainda há o fato de que boa parte do escoamento de sua produção energética passa pelas terras administradas por Lukachenko.
Folhapress
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