O serviço postal dos Estados Unidos vai adiar para depois da eleição presidencial do dia 3 de novembro uma série de reformas acusadas de desacelerar a correspondência e de colocar em risco o voto por correio, informou o diretor-geral do órgão, Louis DeJoy.
DeJoy, um doador da campanha eleitoral do presidente dos EUA, Donald Trump, nomeado pelo presidente em junho, disse que as alterações nas operações da agência foram concebidas antes de sua chegada ao cargo. No entanto, reconheceu que as mudanças "geraram preocupação enquanto a nação se prepara para realizar uma eleição no meio de uma pandemia devastadora". "Para evitar até mesmo a aparência de qualquer impacto no correio eleitoral, estou suspendendo essas iniciativas até o fim da eleição", declarou.
O anúncio representa um passo atrás na campanha de reformas do serviço postal, que tinha gerado enorme polêmica em todo o país, especialmente após a agência ter admitido que os atrasos poderiam impedir o processamento a tempo de milhões de votos por correio em 46 dos 50 estados do país.
O diretor-geral do órgão liderou a remoção das caixas de coleta e equipamentos de processamento, além de cortar horas extras, o que, segundo um líder sindical disse à Agência France Press, desacelerou os prazos de entrega em todo o país. O plano original de redução de custos de DeJoy incluía a desativação de 10% das máquinas de processamento de correio, de um total de 671.
Trump havia apoiado os cortes no serviço postal e, em entrevista concedida na semana passada, admitiu que estava bloqueando a aprovação de novos financiamentos para a agência para evitar que esta tivesse recursos suficientes para garantir a "votação universal por correio" nas eleições de novembro.