Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 06 de Agosto de 2020 às 19:50

Macron faz visita a Beirute no dia em que mortos por explosão chegam a 145

Presidente francês se posicionou como um articulador para organizar a cooperação internacional enviada ao Líbano

Presidente francês se posicionou como um articulador para organizar a cooperação internacional enviada ao Líbano


Thibault Camus/POOL/AFP
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi o primeiro chefe de Estado a visitar o Líbano, depois da grande explosão no porto de Beirute, na terça-feira (4), que destruiu a capital, Beirute. Nesta quinta (6), o número de vítimas subiu para ao menos 145 mortos e 5 mil feridos. Ao menos 16 funcionários do porto já foram presos.
O presidente da França, Emmanuel Macron, foi o primeiro chefe de Estado a visitar o Líbano, depois da grande explosão no porto de Beirute, na terça-feira (4), que destruiu a capital, Beirute. Nesta quinta (6), o número de vítimas subiu para ao menos 145 mortos e 5 mil feridos. Ao menos 16 funcionários do porto já foram presos.
Ao chegar à cidade, o líder francês se posicionou como um articulador para organizar a cooperação internacional enviada ao país, mas defendeu a necessidade de reformas políticas e econômicas no Líbano e pediu que o país reforce o combate à corrupção. "A prioridade hoje é ajuda, apoio incondicional à população. Mas há reformas indispensáveis em certos setores que a França exige há meses, anos", disse Macron. "Não podemos ajudar sem apontar algumas verdades inconvenientes. Se essas reformas não forem feitas, o Líbano continuará a afundar."
O governo da França, antiga potência colonial que administrou o Líbano no início do século XX, começou a enviar assistência médica e profissional a Beirute no dia seguinte à explosão. "Quero organizar a cooperação europeia e, mais amplamente, a cooperação internacional", disse Macron.
Além da França, países como Alemanha, Rússia, Austrália, Qatar e Irã - rival histórico do Líbano - enviaram profissionais de saúde, hospitais de campanha e toneladas de suprimentos, além de equipes especializadas em busca e salvamento. No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, na quarta-feira (5), que seu governo fará "um gesto concreto" para ajudar os libaneses.
Enquanto caminhava por Beirute, Macron foi acompanhado por grupos de libaneses que entoavam palavras de ordem pedindo "revolução" e a "queda do regime". "Vejo a emoção no rosto de vocês, a tristeza, a dor. É por isso que estou aqui", disse ele a um grupo, apertando as mãos dos presentes. "Mas o que também é necessário aqui é uma mudança política. Essa explosão deve ser o início de uma nova era", acrescentou o líder francês.
"Entendo a raiva de vocês. Não estou aqui para passar um cheque em branco ao regime." Macron prometeu à multidão que a ajuda da França não irá para "mãos corruptas" e disse que sua visita ao Líbano tem o objetivo de pedir "um novo pacto" com as forças políticas locais.
Aos gritos, uma mulher interrompeu a caminhada de Macron para acusá-lo de estar se encontrando com "os senhores da guerra", em referência ao presidente do Líbano, Michel Aoun, e ao primeiro-ministro, Hassan Diab. "Não estou aqui para ajudá-los, estou aqui para ajudar você", respondeu Macron, e abraçou a mulher.
{'nm_midia_inter_thumb1':'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/08/06/206x137/1_353356_01_02-9110277.jpg', 'id_midia_tipo':'2', 'id_tetag_galer':'', 'id_midia':'5f2c6c5256c7c', 'cd_midia':9110277, 'ds_midia_link': 'https://www.jornaldocomercio.com/_midias/jpg/2020/08/06/353356_01_02-9110277.jpg', 'ds_midia': 'O presidente da França, Emmanuel Macron, foi o primeiro chefe de Estado a visitar o Líbano, depois da grande explosão na terça-feira (4) que destruiu a capital, Beirute. Nesta quinta (06), o número de vítimas subiu para ao menos 145 mortos e 5 mil feridos.  French President Emmanuel Macron hugs a resident as he visits a devastated street of Beirut, Lebanon, on August 6, 2020 a day after a massive explosion devastated the Lebanese capital in a disaster that has sparked grief and fury. - French President Emmanuel Macron visited shell-shocked Beirut Thursday, pledging support and urging change after a massive explosion devastated the Lebanese capital in a disaster that has sparked grief and fury. (Photo by Thibault Camus/POOL/AFP)', 'ds_midia_credi': 'Thibault Camus/POOL/AFP', 'ds_midia_titlo': 'O presidente da França, Emmanuel Macron, foi o primeiro chefe de Estado a visitar o Líbano, depois da grande explosão na terça-feira (4) que destruiu a capital, Beirute. Nesta quinta (06), o número de vítimas subiu para ao menos 145 mortos e 5 mil feridos.  French President Emmanuel Macron hugs a resident as he visits a devastated street of Beirut, Lebanon, on August 6, 2020 a day after a massive explosion devastated the Lebanese capital in a disaster that has sparked grief and fury. - French President Emmanuel Macron visited shell-shocked Beirut Thursday, pledging support and urging change after a massive explosion devastated the Lebanese capital in a disaster that has sparked grief and fury. (Photo by Thibault Camus/POOL/AFP)', 'cd_tetag': '1', 'cd_midia_w': '800', 'cd_midia_h': '533', 'align': 'Left'}
Macron abraçou a mulher que o acusou de estar se encontrando com os "senhores da guerra". Foto: Thibault Camus/POOL/AFP
A atitude contrasta com a postura do presidente francês ao desembarcar no aeroporto de Beirute e ser recebido pela comitiva do governo libanês. Usando máscaras e mantendo distância física, os líderes dos dois países se cumprimentaram apenas com um gesto de mãos e um aceno de cabeça.
Dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas em Beirute, e as autoridades estimam que 300 mil estão desabrigadas. A explosão destruiu mais da metade da capital libanesa, de acordo com o governador de Beirute, Marwan Abboud, que classificou a situação como "apocalíptica" e a comparou às explosões nucleares em Hiroshima, 75 anos atrás.
Equipes de busca continuam procurando vítimas e sobreviventes entre os escombros dos prédios e de outras construções devastadas pela explosão. O cenário é de luto, mas também de otimismo. "Acreditamos que há boas chances de encontrar pessoas vivas", disse a Macron o coronel francês Vincent Teissier, que trabalha na busca de desaparecidos.
Entre os sobreviventes, familiares das vítimas e outros moradores da capital libanesa, os sentimentos variam entre o luto, a solidariedade e a indignação. Nas redes sociais, diversos usuários têm feito publicações para ajudar a localizar os desaparecidos e oferecer moradia aos milhares de desabrigados.
Centenas de voluntários se uniram para retirar os escombros das ruas e outros colocaram mesas de plástico nas ruas com bebidas e alimentos para os necessitados. Empresários e comerciantes estão oferecendo serviços gratuitos para reparar portas, pintar paredes ou substituir janelas.
Muitas publicações nas redes sociais, entretanto, culpam o governo libanês e o acusam de negligência. Nesta quarta-feira (5), o país determinou que autoridades do porto onde ocorreu a explosão sejam colocadas em prisão domiciliar.
O governo atribuiu a tragédia ao armazenamento incorreto de 2.750 toneladas de nitrato de amônio, substância geralmente usada em fertilizantes e que tem alto poder explosivo. A principal hipótese investigada é que essa carga estaria armazenada em um galpão junto ao porto havia mais de seis anos. O material teria chegado ao Líbano em setembro de 2013, segundo dados oficiais obtidos pela rede de TV Al Jazeera.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO