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Internacional

- Publicada em 04 de Agosto de 2020 às 18:42

Justiça da Colômbia ordena prisão domiciliar do ex-presidente Álvaro Uribe

Uribe afirmou que a sua privação de liberdade lhe causa "profunda tristeza"

Uribe afirmou que a sua privação de liberdade lhe causa "profunda tristeza"


JOS/ABR/JC
A Justiça colombiana ordenou nesta terça-feira (4) a prisão provisória do ex-presidente Álvaro Uribe, de 68 anos, em um processo em que o ex-mandatário é acusado de fraude processual e suborno.
A Justiça colombiana ordenou nesta terça-feira (4) a prisão provisória do ex-presidente Álvaro Uribe, de 68 anos, em um processo em que o ex-mandatário é acusado de fraude processual e suborno.
Segundo o jornal colombiano El Espectador, apesar da medida ainda não ter sido notificada oficialmente pelo Tribunal, Uribe recebeu uma ligação de um magistrado para confirmar a notícia publicada mais cedo pela imprensa do país. Na ligação, o ex-mandatário, que governou de 2002 a 2010, teria sido informado de que cumpriria prisão provisória domiciliar.
Em mensagem no Twitter, Uribe também confirmou a informação dada inicialmente pelo programa de rádio La W e afirmou que a sua privação de liberdade lhe causa "profunda tristeza" por sua esposa, por sua família "e pelos colombianos que ainda creem" que ele fez algo bom pelo país.
Agora senador, e líder do partido Centro Democrático, o mesmo do presidente Iván Duque, Uribe foi o político mais poderoso das últimas décadas na Colômbia. Sua prisão provisória será a primeira de um ex-presidente do país.
A detenção de Uribe é uma reviravolta em um processo movido por ele em 2012, contra um de seus maiores adversários políticos, o senador da esquerda colombiana, Iván Cepeda.
Segundo o ex-mandatário do país, Cepeda teria contatado ex-paramilitares presos para que envolvessem o nome de Uribe em atividades criminosas dos grupos de extrema-direita que combateram as guerrilhas de esquerda do país.
Mas a corte se absteve de acusar Cepeda e, em 2018, decidiu abrir uma investigação contra o ex-presidente, sob a mesma suspeita, de manipular testemunhos contra seu opositor. Se condenado, Uribe pode pegar até oito anos de prisão.
O ex-presidente também é acusado de ter apoiado grupos paramilitares contra as guerrilhas, estimulando que se produzissem os chamados "falsos positivos" - assassinatos de civis de modo extrajudicial com a finalidade de atingir metas de mortes de guerrilheiros. Segundo a Human Rights Watch, essa prática fez pelo menos 2,5 mil vítimas.
Uribe foi um dos presidentes que mais concentraram poder no país, durante e depois de seu mandato. Com uma popularidade que, mesmo oito anos após deixar o cargo, continuava acima dos 55%, Uribe conseguiu que o acordo de paz entre o Estado e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) fosse derrotado nas urnas e tivesse de ser aprovado de modo trôpego pelo Congresso. Sua influência também determinou a vitória nas eleições de seus dois sucessores, Juan Manuel Santos (2010-2018) e Iván Duque.
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