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Internacional

- Publicada em 03 de Agosto de 2020 às 20:33

Partidos de oposição a Maduro anunciam boicote às eleições na Venezuela

Para a oposição, manobra do governo "aborta a possibilidade de que os venezuelanos tenham um árbitro eleitoral independente e confiável"

Para a oposição, manobra do governo "aborta a possibilidade de que os venezuelanos tenham um árbitro eleitoral independente e confiável"


LUIS ROBAYO/AFP/JC
Os 27 partidos de oposição da Venezuela anunciaram domingo (2) um boicote às eleições legislativas programadas para 6 de dezembro no país. Contrários ao regime do presidente Nicolás Maduro, as legendas publicaram um comunicado no site da Assembleia Nacional dizendo que o pleito será manipulado pelo partido socialista no poder e que participar do processo eleitoral seria "colaborar com a estratégia da ditadura".
Os 27 partidos de oposição da Venezuela anunciaram domingo (2) um boicote às eleições legislativas programadas para 6 de dezembro no país. Contrários ao regime do presidente Nicolás Maduro, as legendas publicaram um comunicado no site da Assembleia Nacional dizendo que o pleito será manipulado pelo partido socialista no poder e que participar do processo eleitoral seria "colaborar com a estratégia da ditadura".
"Não somos abstencionistas: não há abstenção quando o que se convoca não é uma eleição. Somos democratas e acreditamos na unidade nacional. Havendo esgotado todos os nossos esforços, nacional e internacionalmente, para que tenhamos um processo eleitoral competitivo que garanta respeito à vontade soberana do povo, as organizações políticas democráticas da Venezuela expressam ao povo venezuelano e à comunidade internacional que, por unanimidade, decidimos não participar da fraude eleitoral convocada pelo regime de Maduro", diz o texto dos partidos.
Os partidos também listaram uma série de condições para que as eleições sejam consideradas livres e democráticas. O conjunto de dez medidas inclui o restabelecimento do direito ao voto a venezuelanos que tenham saído do país, campanha eleitoral com acesso equitativo aos meios de comunicação públicos e privados e a formação de um Conselho Nacional Eleitoral (CNE) independente.
O CNE é o órgão responsável por supervisionar as eleições na Venezuela. Em junho, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) nomeou cinco titulares e dez suplentes alinhados a Maduro para a liderança do Conselho. Para a oposição, a manobra "aborta a possibilidade de que os venezuelanos tenham um árbitro eleitoral independente e confiável".
O boicote dos opositores - semelhante ao que aconteceu nas eleições presidenciais de 2018, quando Maduro foi reeleito - era esperado e já havia sido previamente anunciado após a série de intervenções do regime chavista no CNE.
A decisão pode, porém, abrir caminho para uma perda do controle da oposição na Assembleia Nacional. Atualmente, políticos contrários ao regime ocupam 109 dos 167 assentos. Apesar disso, o TSJ também interferiu na liderança dos quatro principais partidos de oposição, conhecidos coletivamente como G4. O grupo é formado pelas legendas Ação Democrática, Primeiro Justiça, Um Novo Tempo e Vontade Popular; este último, o partido de Juan Guaidó.
Na ocasião, o gabinete de Guaidó classificou o TSJ como um "braço judicial da ditadura de Maduro" e acusou o regime de tentar "simular uma falsa oposição para sua próxima armadilha eleitoral".
Neste domingo, o opositor também usou as redes sociais para conclamar os aliados a "derrotar o regime", usando a hashtag #UnidadContraElFraude. "Em unidade, rejeitamos a farsa. Agora devemos mobilizar a maioria que quer viver com dignidade", escreveu Guaidó. "Vamos lutar juntos para escolher o destino do nosso país. Ninguém aceita imposições de um regime moribundo."
Mais de 50 países, incluindo Brasil e Estados Unidos, consideram Guaidó o líder legítimo da Venezuela desde janeiro de 2019, quando ele se proclamou presidente, acusando Maduro de ter fraudado as eleições de 2018.
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