O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, informou nesta sexta-feira (31), que adiará o próximo estágio de afrouxamento da quarentena por pelo menos duas semanas devido a um aumento nas taxas de infecção pelo novo coronavírus. O líder conservador disse que é "preciso colocar o pé" no freio para manter o vírus sob controle.
A
obrigação de usar uma máscara, até agora aplicada às lojas, será estendida para outros locais, como museus, cinemas e locais de culto. "Sei que os passos que estamos tomando serão um verdadeiro golpe para muitas pessoas. Sinto muito por isso, mas simplesmente não podemos correr o risco", argumentou Johnson.
Em um estudo semanal publicado nesta sexta-feira, o Escritório Nacional de Estatística (ONS) do Reino Unido informou que entre 20 e 26 de julho havia cerca de 0,78 novas infecções por Covid-19 para cada 10 mil habitantes - algo como 4,2 mil novas infecções por dia. Isso representa um aumento em comparação com os 2,8 mil novos casos estimados por dia na semana anterior.
"O que vemos nos dados do ONS e em outros números é que provavelmente atingimos os limites do que podemos fazer em termos de abertura da sociedade", disse o diretor médico Chris Whitty com Johnson.
Novas restrições já foram impostas aos moradores em partes do norte da Inglaterra. Os habitantes da Grande Manchester,
partes do estado de Lancashire e Yorkhsire, no oeste, agora estão proibidos de se encontrar com outras pessoas em suas casas ou jardins.
O governo escocês anunciou que desaconselha qualquer viagem a essas regiões. "Para tentar não escalar o problema e minimizar o risco de transmissão adicional aqui, o governo escocês desencoraja fortemente viagens não essenciais entre a Escócia e essas regiões do norte da Inglaterra", anunciou a primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, no Twitter.
De acordo com um levantamento em tempo real da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, o Reino Unido é o terceiro país do mundo mais afetado em mortes decorrentes da Covid-19, com 46.084 óbitos. A nação está atrás apenas de Estados Unidos e Brasil.
O serviço de saúde pública informou nesta semana que irá ampliar um programa dedicado à perda de peso no Reino Unido e que os clínicos gerais poderão "prescrever exercícios físicos" aos pacientes, como andar de bicicleta. O plano foi divulgado depois que um estudo revelou, no sábado (25), que
pessoas obesas têm um risco adicional de 40% de morrer pelo coronavírus.