A Nova Zelândia suspendeu o tratado de extradição que mantinha com Hong Kong por causa da nova lei de segurança nacional aprovada pela China em junho. A medida segue o que já foi feito por Reino Unido, Austrália e Canadá neste mês. Já os Estados Unidos encerraram sua política de tratamento econômico especial à ex-colônia britânica. O Reino Unido, inclusive, ofereceu moradia a habitantes da Ilha.
Segundo o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Winston Peters, o país não pode mais confiar que o sistema de justiça criminal de Hong Kong "é suficientemente independente" do chinês. "Se a China demonstrar no futuro a estrutura de 'um país, dois sistemas', poderemos reconsiderar nossa decisão", afirmou Peters.
A nova lei de segurança nacional de Hong Kong, que entrou em vigor em 30 de junho, foi amplamente condenada em diversos países do mundo e levou a confrontos nas ruas da cidade. O temor existe devido ao artigo 55 do texto, que deu amplos poderes a Pequim para procurar, prender e processar pessoas em Hong Kong sob acusação de secessão, terrorismo ou conluio com potências estrangeiras.
O chanceler neozelandês anunciou também que a exportação de equipamentos militares e tecnologia para Hong Kong terão o mesmo tratamento dado às exportações para China. Além disso, o país alterou suas recomendações de segurança para viagens, alertando os neozelandeses sobre os riscos trazidos pela nova lei de segurança nacional chinesa.
A China é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia, com movimentações anuais de R$ 109 bilhões (US$ 21 bilhões) entre as duas nações.
Conselho Europeu revela "grave preocupação" com legislação de segurança nacional
O Conselho Europeu afirmou, nesta terça-feira, que "adotou conclusões" nas quais demonstra "grave preocupação com a legislação de segurança nacional para Hong Kong", adotada pelo Congresso da China em 30 de junho. A União Europeia (UE) reafirma seu apoio ao "alto grau de autonomia de Hong Kong" sob o princípio "um País, dois sistemas" e sua solidariedade ao povo de Hong Kong, enquanto também fala em um "pacote de resposta coordenado de medidas em vários campos".
As medidas, incluem, de acordo com a nota divulgada, mudanças em questões como asilo, imigração, vistos e políticas de residência; exportações de equipamento específico e tecnologias sensíveis para usos em Hong Kong; bolsas e intercâmbios acadêmicos envolvendo estudantes e universidades do território; apoio à sociedade civil, e revisão de acordos de extradição e outros pactos relevantes com Hong Kong. "Por fim, as conclusões pedem a revisão da implementação da lei de segurança nacional e do impacto do pacote de respostas da UE antes do fim do ano", afirma o comunicado do bloco.