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Reino Unido

- Publicada em 27 de Julho de 2020 às 20:03

Reino Unido lança plano para combater a obesidade, fator de risco para a Covid-19

Limitar anúncios de fast food e detalhar as calorias dos cardápios estão entre as medidas

Limitar anúncios de fast food e detalhar as calorias dos cardápios estão entre as medidas


THOMAS SAMSON/AFP/JC
Limitar anúncios de fast food, detalhar as calorias dos cardápios e andar de bicicleta por prescrição médica são algumas das medidas do plano do governo do Reino Unido contra a obesidade anunciado nesta segunda-feira (27), depois que um estudo apontou a obesidade como um agravante da Covid-19.
Limitar anúncios de fast food, detalhar as calorias dos cardápios e andar de bicicleta por prescrição médica são algumas das medidas do plano do governo do Reino Unido contra a obesidade anunciado nesta segunda-feira (27), depois que um estudo apontou a obesidade como um agravante da Covid-19.
"Sabemos que a obesidade aumenta o risco de doenças graves e de morte por coronavírus, por isso é fundamental que tomemos medidas para melhorar a saúde de nossa nação e proteger o NHS (sistema nacional de saúde britânico)”, declarou o ministro da Saúde, Matt Hancock, em comunicado. 
A campanha incentivará as pessoas a adotarem um estilo de vida mais saudável e a perder peso quando necessário, afirmou a instituição em um comunicado, lembrando que a obesidade é uma "bomba-relógio".
As medidas anunciadas incluem a proibição de publicidade na televisão e na internet de comida não saudável antes das 21h, "quando é mais provável que as crianças estejam expostas", assim como a obrigação de restaurantes e redes de delivery com mais de 250 funcionários informar o número de calorias em seus menus.
Os supermercados terão de acabar com os descontos em comidas não saudáveis e não poderão colocar esses produtos "em locais importantes de seus estabelecimentos, como na frente das caixas registradoras ou na entrada". "Quando você faz uma compra, é justo que tenha acesso às informações adequadas sobre a comida que come para ajudar as pessoas a tomarem as decisões corretas", disse Hancock.

Governo britânico irá ampliar serviços de saúde dedicados à perda de peso

Clínicos gerais poderão prescrever exercícios como andar de bicicleta

Clínicos gerais poderão prescrever exercícios como andar de bicicleta


JUSTIN TALLIS/AFP/JC
Os serviços de saúde pública dedicados à perda de peso serão ampliados e os clínicos gerais poderão "prescrever exercícios físicos" aos pacientes, como andar de bicicleta. O plano foi divulgado depois que um estudo revelou, no sábado (25), que pessoas obesas têm um risco adicional de 40% de morrer pelo coronavírus. O Reino Unido é o país mais afetado da Europa. Nesta segunda-feira, eram 301,7 mil casos de Covid-19, com 45.844 mortes pela doença.
No Brasil, por exemplo, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) indicou que 54,5% da população adulta brasileira, ou cerca de 86 milhões de pessoas, apresenta ao menos um fator de risco para manifestações graves da Covid-19. 
A decisão britânica representa uma mudança na política do primeiro-ministro Boris Johnson, que já havia se declarado contra "impostos sobre nossos pecados" e uma abordagem "materna" do Estado. Johnson foi internado em abril na UTI depois de contrair Covid-19, e em várias ocasiões atribuiu a gravidade de seus sintomas ao seu peso, entre outras coisas.
"Passei muito tempo querendo perder peso, e como muitas pessoas luto com meu peso, subo e desço. Mas desde que me recuperei do coronavírus, venho melhorando continuamente minha forma física", disse Johnson em um vídeo publicado no Twitter nesta segunda-feira. Ele perdeu seis quilos desde que se infectou com a Covid-19. "Quando estava na UTI, estava gordo demais".
O premiê de 56 anos tem fama de ser um "bon vivant" que já chegou a falar do prazer de desfrutar uma garrafa de vinho tinto caro e do consumo de chouriço e queijo tarde da noite, mas também defende ir pedalando ao trabalho e adotou as chamadas "bicicletas do Boris" para o público de Londres quando foi prefeito da capital.
O governo não deu detalhes sobre como financiará o plano. O jornal britânico The Guardian calcula o custo das medidas em 10 milhões de libras (US$ 12,8 milhões).
No Reino Unido, quase dois terços (63%) dos adultos estão acima de um peso considerado saudável, com 36% em sobrepeso e 28% obesos, segundo dados do governo. Uma em cada três crianças entre 10 e 11 anos também tem sobrepeso ou obesidade.