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Internacional

- Publicada em 06 de Julho de 2020 às 17:34

Flórida beira 20% do total de casos diários de Covid-19 dos EUA

Praias, que estariam cheias no feriado de 4 de julho, ficaram fechadas e desertas

Praias, que estariam cheias no feriado de 4 de julho, ficaram fechadas e desertas


Cliff Hawkins/Getty Images/AFP/JC
A região Nordeste dos Estados Unidos foi a mais atingida pela primeira onda de casos do coronavírus no país. A cidade de Nova York, por exemplo, chegou a ser considerada, em abril, o epicentro da pandemia mundial, quando concentrava quase metade dos novos casos diários.
A região Nordeste dos Estados Unidos foi a mais atingida pela primeira onda de casos do coronavírus no país. A cidade de Nova York, por exemplo, chegou a ser considerada, em abril, o epicentro da pandemia mundial, quando concentrava quase metade dos novos casos diários.
Meses depois, a distribuição geográfica da Covid-19 em território norte-americano mudou. Os estados da região Sul que, aparentemente, foram poupados no início, hoje concentram os maiores índices de contaminações.
"Os picos anteriores foram semeados por viajantes vindos da China e da Europa. E como muitas viagens internacionais passam pelo Nordeste e pela Costa Oeste, os estados nessas áreas viram um aumento mais intenso nos casos", avalia Taison Bell, professor da divisão de doenças infecciosas e saúde internacional da Universidade da Virgínia.
Para ele, a migração do vírus para a região Sul é resultado de uma combinação entre o relaxamento das medidas de restrição e a adesão inconsistente a práticas de prevenção, como o distanciamento social e o uso de máscaras. "Muitos dos estados do Sul usaram a baixa incidência de Covid-19 como justificativa para retornar rapidamente à vida normal."
É o caso da Flórida, por exemplo. O estado confirmou, no sábado (4), 11.458 novos casos de coronavírus, depois de dias em que a taxa ficou acima dos 10 mil registros diários. A cifra atinge um recorde que supera as taxas de qualquer país da Europa, mesmo durante os picos da pandemia, e beira 20% do total de casos diários dos EUA.
Ron DeSantis, governador do estado, permitiu uma reabertura parcial da Flórida na primeira semana de maio. No final de junho, entretanto, recuou e ordenou um novo bloqueio para bares e lugares de entretenimento, que estiveram lotados durante o período de permissão.
No sábado (4), o prefeito do condado de Miami-Dade, o maior do estado, decretou um toque de recolher. Ninguém pode sair de casa entre 22h e 6h. Muitas das praias da Flórida, que estariam tradicionalmente cheias no feriado de 4 de julho, ficaram fechadas e desertas.
De acordo com um levantamento do jornal The New York Times, entre os 17 estados da região Sul, apenas Flórida e Texas estão revertendo as medidas de flexibilização da economia. Segundo estado mais populoso do país, o Texas voltou a fechar os bares no final de junho e reduziu o limite de público dos restaurantes.
Arkansas, Carolina do Norte, Delaware, Louisiana e Mississippi pausaram seus cronogramas de reabertura, enquanto Alabama, Carolina do Sul, Geórgia, Maryland, Tennessee, Virgínia e Virgínia Ocidental mantiveram a reabertura gradual. Kentucky, Missouri e Oklahoma retomaram todas as atividades - e vêm registrando aumentos consideráveis no número de casos de Covid-19.
Na sexta-feira (3), sete estados norte-americanos superaram os próprios recordes diários em contaminações pelo coronavírus; cinco deles estão na região Sul. Para o presidente dos EUA, Donald Trump, os aumentos no número de novos casos não têm relação com a reabertura dos estados, e sim com a capacidade de testagem do país.
"Casos, Casos, Casos! Se não testássemos tanto e com tanto sucesso, teríamos muito poucos casos. Se você testar 40 milhões de pessoas, terá muitos casos que, sem o teste (como em outros países), não apareceriam todas as noites no Fake Evening News (referência aos telejornais noturnos dos EUA)", escreveu Trump, no Twitter. "De certa forma, nosso tremendo sucesso na testagem dá à mídia fake news o que ela quer, casos. Enquanto isso, mortes e toda a importante taxa de mortalidade estão em queda", acrescentou.
Dados compilados pela Universidade Johns Hopkins mostram que a capacidade de testagem dos EUA saltou de 100 mil exames diários no final de março para mais de 600 mil nas últimas semanas. Na sexta-feira (3), o país registrou sua maior quantidade de testes realizados em 24 horas, mais de 720 mil.
Por outro lado, a porcentagem de testes com resultados positivos teve um pico de 21,9% no início de abril, quando os exames eram mais concentrados nos casos graves, e caiu ao nível mais baixo (4,4%) em meados de junho. A cifra voltou a subir na última semana, chegando a 7,6% no sábado (4).
Os números mostram, porém, um quadro mais delicado na região Sul. Na Flórida, houve um aumento importante na quantidade de testes, e a porcentagem de resultados positivos não para de crescer. Quando o estado bateu seu recorde de casos diários, no sábado, mais de 65 mil testes foram realizados, e 18,1% tiveram resultado positivo para Covid-19.
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