Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Internacional

- Publicada em 14 de Junho de 2020 às 20:39

Militares resistem a serem usados, e tensão com Trump aumenta

Presidente busca apoio nas forças armadas, mas tem resistência de alas garantistas

Presidente busca apoio nas forças armadas, mas tem resistência de alas garantistas


David Dee Delgado/Getty Images/AFP
Em meio à crescente tensão com os militares norte-americanos, o presidente Donald Trump fez o discurso de formatura na academia militar de West Point no sábado. Mais de 1,1 mil cadetes de West Point, localizada 66 quilômetros ao Norte de Nova York, foram obrigados a retornar à academia em maio e ficar de quarentena por duas semanas para acomodar a decisão de Trump de comparecer pessoalmente à formatura. As famílias dos formandos não puderam comparecer.
Em meio à crescente tensão com os militares norte-americanos, o presidente Donald Trump fez o discurso de formatura na academia militar de West Point no sábado. Mais de 1,1 mil cadetes de West Point, localizada 66 quilômetros ao Norte de Nova York, foram obrigados a retornar à academia em maio e ficar de quarentena por duas semanas para acomodar a decisão de Trump de comparecer pessoalmente à formatura. As famílias dos formandos não puderam comparecer.
Trump, como esperado, inseriu política na cerimônia. "Não é dever das tropas dos EUA resolver conflitos antigos em terras longínquas das quais muita gente nem ouviu falar", afirmou. Quase 700 ex-alunos de West Point assinaram uma carta, na quinta-feira, acusando graduados da academia que atualmente integram o governo Trump - como o secretário de Defesa, Mark Esper; e o secretário de Estado, Mike Pompeo - de minar a credibilidade dos militares e trair o caráter apolítico das Forças Armadas.
"Meus generais" era o termo usado por Trump para se referir aos militares que alistou para integrar seu gabinete mesmo antes de tomar posse, em janeiro de 2017. Na quinta-feira, o mais importante militar da ativa no país deixou claro que o Exército não vai terceirizar um general para Trump chamar de seu.
O chefe do Estado Maior Conjunto, general Mark A. Milley, gravou um vídeo pedindo desculpas por ter participado da encenação promovida pelo presidente no dia 1º deste mês, quando pessoas que protestavam contra a morte de George Floyd foram dispersadas com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para que Trump saísse numa caminhada em direção a uma igreja episcopal que não frequenta e onde posou com uma Bíblia. Milley foi visto conversando com o público em uniforme, uma cena que reforçou a imagem de inserção oficial do Exército num artifício de propaganda política. 
Para os militares na ativa ou veteranos, um ponto de virada pode ter sido a declaração do general Jim Mattis, o condecorado ex-secretário de Defesa da Trump, que renunciou, em dezembro de 2018, por discordar da retirada de tropas da Síria. Pelo menos 60% dos veteranos votaram em Trump em 2016.
Depois que Trump ameaçou convocar o Exército para reprimir os protestos contra o assassinato de Floyd, asfixiado por um policial branco em Minneapolis, Mattis deu uma entrevista contundente à revista The Atlantic, defendendo os manifestantes e condenando o uso das Forças Armadas na política interna. "Devemos rejeitar e responsabilizar aqueles eleitos que zombam da nossa Constituição", disse Mattis.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO