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Internacional

- Publicada em 03 de Junho de 2020 às 19:25

Campanha homofóbica de aliado de Putin causa polêmica na Rússia

Manifestações LGBT têm sido fortemente reprimidas desde 2012

Manifestações LGBT têm sido fortemente reprimidas desde 2012


MAXIM ZMEYEV/AFP/JC
Um vídeo de caráter homofóbico, pedindo voto para a mudança que enaltece na Constituição a definição de casamento como algo entre homem e mulher, está provocando críticas na Rússia. A peça foi divulgada em redes sociais pelo grupo Patriota, uma ONG que tem Ievguêni Prigojin como principal nome. O empresário é um aliado próximo do presidente Vladimir Putin.
Um vídeo de caráter homofóbico, pedindo voto para a mudança que enaltece na Constituição a definição de casamento como algo entre homem e mulher, está provocando críticas na Rússia. A peça foi divulgada em redes sociais pelo grupo Patriota, uma ONG que tem Ievguêni Prigojin como principal nome. O empresário é um aliado próximo do presidente Vladimir Putin.
No vídeo, um rapaz chega a um orfanato em 2035 para adotar um garoto, deixando as assistentes sociais absortas. Quando todos saem do prédio, o menino pergunta "Onde está a mamãe?"
"Aqui está sua nova mãe, não fique chateado", o pai responde. Aí, um outro homem, com roupas femininas, sai do carro e oferece um vestido para o garoto, deixando as assistentes em choque.
A alteração legal proposta por Putin no começo do ano, e aprovada pelo Parlamento, visa permitir ao presidente que volte a se candidatar ao cargo em 2024 e, se reeleito, em 2030, estendendo potencialmente seu reinado, iniciado há 20 anos, até 2036.
Em 1º de julho, apesar de a Rússia ser o terceiro país com mais casos de Covid-19 do mundo, um referendo irá decidir sobre a adoção da medida. Mas o russo colocou outros itens, inclusive um artigo que define casamento como uma instituição heterossexual, além de estabelecer a Rússia como um país temente a Deus.
O casamento gay já é proibido na Rússia. Em 2018, um casal de homens conseguiu registro em Moscou a partir de uma brecha legal, validando sua certidão obtida na Dinamarca. Marchas de orgulho LGBT acontecem cada vez menos, já que, desde 2012, têm sido fortemente reprimidas.
Isso tudo faz parte da guerra cultural que Putin, hoje em seu quarto mandato, acirrou a partir de sua volta ao Kremlin, após um período como premiê de 2008 a 2012. De lá para cá, valores da Igreja Ortodoxa viraram questão de Estado, com a proximidade da hierarquia eclesiástica do Kremlin. Um dos pontos atacados é a homossexualidade, cuja promoção é tratada por Putin como um sinal da decadência ocidental.
Assim, em 2013 Putin fez passar leis criminalizando o que chama de "propaganda gay para menores", algo amplamente criticado no Ocidente. Enquanto há clubes LGBT mais ou menos disfarçados em grandes centros como Moscou, em regiões como a Tchetchênia a repressão é brutal.
A pressão contra a união homossexual e a adoção de crianças por casais do mesmo sexo encontra bastante eco na sociedade russa. Pequisa do Centro Levada, instituto de opinião pública independente e criticado pelo Kremlin, mostrou que, em 2018, 83% dos russos viam a homossexualidade como repreensível. Dez anos antes, eram 76% e, em 1998, 68%.
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