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Reino Unido

- Publicada em 28 de Maio de 2020 às 19:12

Reino Unido tem a maior taxa de mortes ligadas à Covid-19

Dados indicam que vírus matou 891 pessoas por milhão de habitantes

Dados indicam que vírus matou 891 pessoas por milhão de habitantes


NEIL HALL/AFP/JC
O Reino Unido registra a maior taxa de mortes por pandemia do novo coronavírus entre os países que produzem dados comparáveis, de acordo com os números de "excesso de mortalidade". O levantamento feito com 19 países foi produzido pelo jornal britânico de economia Financial Times (FT) e publicado nesta quinta-feira (28), também citando o Brasil. Pelo trabalho, os britânicos foram os mais atingidos pela doença, à frente de norte-americanos, italianos, espanhóis e belgas.
O Reino Unido registra a maior taxa de mortes por pandemia do novo coronavírus entre os países que produzem dados comparáveis, de acordo com os números de "excesso de mortalidade". O levantamento feito com 19 países foi produzido pelo jornal britânico de economia Financial Times (FT) e publicado nesta quinta-feira (28), também citando o Brasil. Pelo trabalho, os britânicos foram os mais atingidos pela doença, à frente de norte-americanos, italianos, espanhóis e belgas.
Pelos dados, o Reino Unido registrou 59.537 mortes a mais do que o normal desde a semana que terminou em 20 de março, indicando que o vírus matou direta ou indiretamente 891 pessoas a cada um milhão. "Nesse estágio da pandemia, essa é uma taxa de mortalidade mais alta do que em qualquer país para o qual existem dados de alta qualidade", salientou a publicação, lembrando que o número absoluto de mortes com base nos excessos no país também é o mais alto da Europa, perdendo apenas para os EUA em termos globais.
Na avaliação do aumento porcentual de mortes em comparação com os níveis normais, o Reino Unido é mais uma vez o mais atingido na Europa e está atrás apenas do Peru internacionalmente. Os números incluem todos os países europeus afetados pelo coronavírus e os períodos de comparação são de quando as taxas de mortalidade em países individuais ultrapassaram as médias de cinco anos.
"O FT fez essas comparações pela primeira vez porque o nível de excesso de mortes em outros países europeus afetados, como Itália e Espanha, voltou perto dos níveis normais", explicou o diário, acrescentando que isso significa ser improvável que as taxas de mortalidade nesses países superem às do Reino Unido, a menos que sofram uma segunda onda de infecções.
O Financial Times salientou que países como China, Brasil e Rússia sofreram um grande número de mortes durante a pandemia, mas que suas taxas de mortalidade estão muito abaixo das do Reino Unido porque o número de mortes é menor em comparação com suas populações, que são muito maiores.

Quarentena no tempo certo mostrou-se fundamental

Com os dados em mãos, o jornal chegou à conclusão de que o momento dos bloqueios em relação à propagação do novo vírus teve um efeito significativo no nível total de mortes. O periódico mencionou que países como Alemanha e Noruega, que impuseram restrições quando a propagação do vírus foi limitada, sofreram níveis muito mais baixos de mortes do que o Reino Unido, onde o governo esperou mais tempo antes de iniciar a quarentena.
Um porta-voz do governo disse que "é errado e prematuro tirar conclusões nesta fase" e que o excesso de mortes deve ser ajustado pela idade. "É claro que aprenderemos lições de nossa resposta a esse vírus, mas elas devem ser extraídas de uma análise internacional precisa no futuro", acrescentou.
A análise do FT mostra, porém, que o número de mortes em excesso no Reino Unido continua sendo o mais alto, independentemente de os jovens serem excluídos ou a análise ser limitada aos aposentados.
O jornal lembrou que o excesso de mortes é reconhecido internacionalmente como a melhor maneira de comparar o desempenho dos países no tratamento de doenças infecciosas. O indicador é calculado contando todos os que morreram em um país e subtraindo o número médio de pessoas que faleceram no mesmo período nos últimos cinco anos. Portanto, calcula o número de pessoas que morreram diretamente de Covid-19 ou indiretamente - por exemplo, se não puderam ou não quiseram procurar tratamento no hospital - e o dado não reflete diferentes regimes de teste em diferentes países.
Chris Whitty, diretor médico do Reino Unido, chamou o excesso de mortes de "a melhor métrica". O premiê Boris Johnson já defendeu a medida no passado, mas, segundo ele, uma avaliação verdadeira só será possível ao final da epidemia. "Examinando a causa das altas taxas de mortalidade em alguns países, o vínculo mais forte parece estar entre a data do bloqueio de um país e o provável número de infecções que já existiam quando as restrições foram aplicadas", cogitou o veículo britânico.
Juntamente com EUA e Peru, o Reino Unido ainda registra um grande número de mortes em excesso, embora tenha diminuído acentuadamente desde o pico semanal de 12 mil, em meados de abril. O Peru viu um grande aumento de mortes neste ano em parte porque teve que combater uma epidemia de dengue, além do coronavírus, com seu sistema de saúde ficando sobrecarregado.