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Internacional

- Publicada em 04 de Maio de 2020 às 20:32

Bode com Covid-19 faz Tanzânia rever testes

Kits de teste importados retornaram com resultados positivos em exames realizados em um bode e em um mamão papaia

Kits de teste importados retornaram com resultados positivos em exames realizados em um bode e em um mamão papaia


JUSTIN SULLIVAN/GETTY IMAGES/AFP/JC
Resultados positivos de coronavírus para um mamão papaia e outro para um bode abriram uma crise no governo da Tanzânia. Nesta segunda-feira (4), o presidente John Magufuli suspendeu o chefe do laboratório nacional de saúde, encarregado dos testes de coronavírus, e ordenou uma investigação sobre a precisão dos exames.
Resultados positivos de coronavírus para um mamão papaia e outro para um bode abriram uma crise no governo da Tanzânia. Nesta segunda-feira (4), o presidente John Magufuli suspendeu o chefe do laboratório nacional de saúde, encarregado dos testes de coronavírus, e ordenou uma investigação sobre a precisão dos exames.
Magufuli disse no domingo (3) que os kits de teste importados tinham falhado depois de retornarem com resultados positivos em exames realizados em um bode e em um mamão papaia - entre várias amostras não humanas submetidas aos exames, feitos por técnicos que deliberadamente apagaram suas origens.
O presidente não disse de onde os kits foram importados ou por que as autoridades suspeitaram dos resultados. A oposição acusa as autoridades de omitir dados e de não levar a epidemia a sério.
"Pode ter havido erros técnicos ou os reagentes importados também estão com problemas. Também é provável que os técnicos estejam sendo pagos para enganar", afirmou o presidente em um discurso transmitido pela emissora pública TBC.
Catherine Sungura, chefe interina de comunicação do Ministério da Saúde, disse em comunicado que o diretor do laboratório e o gerente de garantia de qualidade foram imediatamente suspensos "para abrir caminho para a investigação". Sungura explicou que um comitê de dez pessoas foi formado para investigar as operações do laboratório, incluindo seu processo de coleta e teste de amostras.
O presidente pediu ao novo ministro de Assuntos Constitucionais e Jurídicos, Mwigulu Nchemba, que chefie a investigação. Nchemba foi nomeado no lugar de Augustine Mahiga, de 74 anos, morto recentemente. Mahiga foi o terceiro deputado morto em 11 dias sem que nenhuma explicação sobre as causas da morte tenha sido divulgada.
No domingo, Magufuli também demitiu o chefe do Departamento Comercial Médico do governo, encarregado de distribuir suprimentos e equipamentos médicos para hospitais do governo, mas não deu motivos.
Até esta segunda-feira, a Tanzânia havia registrado 480 casos de Covid-19 e 18 mortes, segundo contagem da agência Reuters com base em dados do governo e da Organização Mundial da Saúde.
Diferentemente da maioria dos outros países africanos, a Tanzânia às vezes fica dias sem divulgar atualizações. O último boletim sobre os casos foi publicado no dia 29. Além disso, enquanto a maioria dos países do continente decretou medidas de confinamento e toque de recolher, a Tanzânia apenas fechou escolas. O comércio e o transporte público continuam funcionando normalmente.
As infecções e mortes por Covid-19 relatadas em toda a África têm sido relativamente baixas em comparação com os Estados Unidos, partes da Ásia e da Europa. Mas a África também tem níveis extremamente baixos de testes, com taxas de 500 por milhão de pessoas.
No vizinho Quênia, uma comissão do Senado pediu explicação ao Ministério da Saúde sobre as circunstâncias que levaram à destituição do diretor da equipe responsável pelo centro de pesquisa sobre o coronavírus do país. "A comissão observou que o momento da demissão está errado, pois é provável que haja um impacto significativo na motivação de vários funcionários que estavam trabalhando com ele", informou a comissão do Senado.
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