Brasil e Estados Unidos assinaram, ontem, no estado norte-americano da Flórida, um acordo na área militar para desenvolvimento de projetos futuros. O Acordo de Pesquisa, Desenvolvimento, Teste e Avaliação (RDT&E, sigla em inglês) vai, segundo o Ministério da Defesa (MD), abrir caminho para aperfeiçoar ou prover novas capacidades militares.
"O RDT&E é um passo inicial para que Brasil e EUA desenvolvam projetos conjuntos na área de defesa. Cada acordo de projeto que venha a ser desenvolvido pelas partes deverá ser executado em consonância com os termos do RDT&E, assim como as respectivas leis e os regulamentos nacionais de cada parte", afirmou o ministério brasileiro, em nota.
O governo brasileiro espera facilitar seu acesso ao mercado norte-americano na área de defesa, bem como facilitar a entrada de produtos brasileiros em outros 28 países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). A Otan é uma aliança militar intragovernamental da qual o Brasil não faz parte, mas, em agosto do ano passado, os Estados Unidos designaram o País como aliado militar preferencial fora dessa aliança.
O RDT&E poderá ampliar o acesso da Base Industrial de Defesa ao mercado americano, bem como a formalização de outros pactos no setor de defesa, reduzindo processos burocráticos no comércio de produtos do segmento entre Brasil e EUA.
A lógica é simples: as parcerias farão as empresas brasileiras candidatas naturais a entrar em cadeias de produção global puxadas por americanos.
Celebrado pelo governo Bolsonaro, o acordo começou a ser negociado em 2017, ainda durante a gestão de Michel Temer, e precisa do aval do Congresso dos dois países para ser efetivado. A expectativa do Planalto é que esta seja uma tramitação rápida, mas o presidente Jair Bolsonaro segue em constante rota de colisão com o Legislativo, que, a partir de julho, diminuirá significativamente o ritmo dos trabalhos devido às campanhas eleitorais municipais.