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América do Sul

- Publicada em 01 de Março de 2020 às 21:12

Lacalle Pou é empossado presidente no Uruguai 

Lacalle Pou defendeu que acordo com UE seja levado adiante

Lacalle Pou defendeu que acordo com UE seja levado adiante


EITAN ABRAMOVICH/AFP/JC
Luis Lacalle Pou, de 46 anos, presidente eleito do Uruguai, e a vice-presidente, Beatriz Argimón, tomaram posse, ontem, no Palácio Legislativo. O cargo foi transmitido a Lacalle Pou pelo até então presidente, Tabaré Vázquez, de 80 anos.
Luis Lacalle Pou, de 46 anos, presidente eleito do Uruguai, e a vice-presidente, Beatriz Argimón, tomaram posse, ontem, no Palácio Legislativo. O cargo foi transmitido a Lacalle Pou pelo até então presidente, Tabaré Vázquez, de 80 anos.
Em seu discurso de posse, Lacalle Pou enfatizou que é preciso fortalecer e flexibilizar o Mercosul, "para que os países do bloco possam comercializar com países de fora", e que se deve levar adiante o acordo comercial com a União Europeia (UE). Também deu grande ênfase à questão da segurança.
Ele também chamou a atenção para a deterioração da economia e do aumento do desemprego. "Precisamos começar a recuperar o Estado, reordenar os recursos e gerar a abertura do mercado." Fez também menção ao tema da deterioração do ambiente, afirmando que seu governo será "severo" nessa área.
Afirmou também que este é um momento político histórico para o Uruguai, pois pela primeira vez o país será governado por uma coalizão de cinco partidos. "Sei que isso gera incertezas, mas faremos caminho ao andar. As pessoas escolheram uma mudança e nós vamos fazer uma mudança."
A aliança comandada por Lacalle Pou está integrada por seu partido, o Nacional, o Colorado e o recentemente fundado Cabildo Aberto, liderado pelo ex-comandante do Exército e senador Guido Manini Rios, entre outros. O gabinete será integrado por representantes de todos os partidos da aliança e técnicos da opositora e esquerdista Frente Ampla, que entregou ontem o poder após 15 anos à frente do Executivo. Lacalle Pou tem defendido a necessidade de união entre os uruguaios e a busca de consensos.
"Somos inquilinos do poder, inquilinos transitórios, somos empregados da cidadania", frisou o novo presidente do Uruguai, que prestou juramento no Parlamento ainda presidido pelo ex-presidente e senador José Pepe Mujica (2010-2015).
Na plateia de convidados internacionais estavam o presidente Jair Bolsonaro, o chileno Sebastián Piñera, o colombiano Iván Duque e o paraguaio Mario Abdo Benítez, além da esposa, dos filhos e do pai de Lacalle Pou, o ex-presidente Luis Alberto Lacalle. Segundo a televisão uruguaia, o presidente brasileiro foi recebido por um misto de vaias e aplausos quando saiu do Parlamento.

Presidente promete apoio no combate à violência

Ainda no discurso de posse, Lacalle Pou abordou com ênfase a questão da segurança, um dos pontos mais importantes e amplamente discutido nos últimos anos, após uma escalada da violência. Ele afirmou que a partir de hoje, seu primeiro dia de governo, ampliará o apoio à polícia. "Vamos cuidar de quem nos cuida", ressaltou.
O Uruguai é hoje o quarto país mais violento da América do Sul. Nos últimos dois anos, o índice de mortes por cada 100 mil habitantes passou de 8 para 11,8. Lacalle Pou reforçou que haverá "apoio legal e formal" à polícia e ao Exército.
O chefe de Estado também destacou que seu país tem uma das democracias mais plenas do mundo, construída, entre outros, pela imprensa e por movimentos sociais e militares que "cumprem suas funções em estrito respeito ao poder civil". Líder de uma coalizão de cinco partidos de centro-direita, mostrou-se ciente dos desafios que o Uruguai e o resto da região têm pela frente. "Na democracia, os governos são eleitos, cobrados e trocados pelo povo. A base fundamental é uma cidadania comprometida e responsável", salientou.
O governante disse não querer que sua posse seja lembrada pela "troca de uma metade pela outra da sociedade", em alusão ao fato de a Frente Ampla passar para a oposição pela primeira vez em 15 anos. Acrescentou que manterá o que foi bem feito e que mudará o que não vai bem.