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Venezuela

- Publicada em 20 de Janeiro de 2020 às 03:00

Em entrevista ao Post, Maduro diz que é hora de conversar com os EUA

Em entrevista exclusiva ao The Washington Post, publicada sábado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que agora é hora de fazer negociações diretas com os Estados Unidos para acabar com o impasse político que, segundo ele, aleijou a Venezuela.
Em entrevista exclusiva ao The Washington Post, publicada sábado, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que agora é hora de fazer negociações diretas com os Estados Unidos para acabar com o impasse político que, segundo ele, aleijou a Venezuela.
O jornal norte-americano afirmou que Maduro se considera um astuto sobrevivente da luta, contra a oposição de seu país e de seus aliados em Washington, que tentaram derrubá-lo. Ao repórter, ele sugeriu que uma bonança poderia estar esperando pelas empresas petrolíferas dos EUA, caso o presidente Donald Trump suspenda as sanções contra seu país e pressione o botão de "reset" nas relações.
"Se houver respeito entre os governos, não importa o tamanho dos EUA, e se houver um diálogo, uma troca de informações verdadeiras, tenha certeza de que podemos criar um novo tipo de relacionamento", disse Maduro ao jornal. "Uma relação de respeito e diálogo faz com que todos saiam ganhando. Um relacionamento de confronto traz uma situação de perde-perde. Essa é a fórmula."
Em 2019, os EUA e quase 60 outras nações reconheceram Juan Guaidó, líder da oposição e chefe da legislatura da Venezuela, como chefe de Estado legítimo. A medida ocorreu após Maduro anunciar sua reeleição em uma votação com suspeitas de fraude.
Durante a entrevista, Maduro sugeriu que seus oponentes o subestimaram. Ao jornal, ele afirmou que soube da conspiração para expulsá-lo dez dias antes de ser lançada. O ditador disse ainda que permitiu que tudo acontecesse para descobrir a extensão da traição. "Deixei fluir para ver até onde os tentáculos das conspirações poderiam chegar", argumentou.
No último dia 5, a escolha do novo comando da Assembleia Nacional da Venezuela terminou em um impasse, com o regime de Maduro e a oposição realizando eleições separadas que terminaram por apontar duas pessoas diferentes para comandar a Casa em 2020. Na entrevista, Maduro disse estar disposto a sentar-se com Guaidó, sem dizer, no entanto, que atenderia demandas da oposição: sair em favor de um governo de transição, com renovação da corte suprema e do conselho de eleições.
Maduro afirmou para o jornal que Trump havia sido enganado por seus formuladores de políticas. "Acredito que Mike Pompeo falhou na Venezuela e é responsável pelo fracasso de Trump em sua política em relação ao nosso país", disse Maduro. "Acho que Pompeo vive em uma fantasia. Ele não é um homem com os pés na terra. Acho que Trump teve conselheiros terríveis."
Um dos pontos centrais para o diálogo, apontou Maduro, seria acordar com ele, os EUA e a oposição como seriam eleições livres e justas. 

Guaidó se reúne hoje, em Bogotá, com Iván Duque e Mike Pompeo

O líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino do país por mais de 50 países, chegou ontem a Bogotá, onde se reúne hoje com o presidente colombiano, Iván Duque, e o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo.
A equipe de Guaidó não informou como ele saiu da Venezuela - em outra ocasião, em fevereiro de 2019, quando foi para a cidade colombiana de Cúcuta, atravessou a fronteira de modo ilegal. Guaidó tem sua saída do país proibida pela administração Maduro, e pode ser preso ao tentar voltar.
Veículos independentes da Venezuela publicaram que Guaidó poderia seguir de Bogotá para Davos, onde tem início hoje a 50ª edição do Fórum Econômico Mundial. A assessoria de imprensa do líder opositor afirma que sua agenda no exterior só será confirmada hoje.