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Internacional

- Publicada em 15 de Janeiro de 2020 às 17:41

Trump ameaçou impor tarifas à Europa se países não denunciassem acordo com Irã

Diplomatas europeus classificaram a ameaça de Trump de extorsão

Diplomatas europeus classificaram a ameaça de Trump de extorsão


Nicholas Kamm/AFP/JC
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na semana passada impor uma tarifa de 25% contra a indústria automobilística europeia se a França, a Alemanha e o Reino Unido não denunciassem o Irã por romper o acordo nuclear.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou na semana passada impor uma tarifa de 25% contra a indústria automobilística europeia se a França, a Alemanha e o Reino Unido não denunciassem o Irã por romper o acordo nuclear.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (15) pelo jornal The Washington Post, que cita uma fonte anônima dentro do governo americano.
A medida representaria uma pressão inédita exercida pela Casa Branca contra seus mais tradicionais aliados no planeta. Segundo a publicação americana, diplomatas europeus classificaram a ameaça de Trump de extorsão.
Os três países europeus denunciaram formalmente Teerã na terça (14) por violar os termos do pacto nuclear de 2015,pelo qual o Irã se comprometeu a reduzir sua capacidade de produção nuclear-nenhum deles citou uma possível pressão americana ao justificar a ação.
De acordo com o Washington Post, os europeus já estudavam denunciar Teerã antes da pressão americana e após receberem a ameaça de Trump, cogitaram desistir da medida para não parecerem fracos.
Em vez disso, porém, os diplomatas dos três países concordaram em manter em segredo a ameaça de Trump e seguir com o plano de denunciar o acordo nuclear.
Com isso, serão realizadas reuniões entre representantes iranianos e europeus para tentar resolver a questão. Caso não haja consenso, o tema será levado ao Conselho de Segurança da ONU, que poderá reaplicar sanções contra Teerã, que haviam sido suspensas devido ao acordo internacional, firmado em 2015.
Atualmente, o Irã é alvo de sanções dos EUA. Medidas similares decididas pela ONU aumentariam o isolamento internacional do país.
O processo de resolução dessa disputa pode levar até dois meses, caso não haja acordo nas etapas iniciais e seja necessário cumprir todo o caminho previsto no pacto.
Os três países europeus disseram que agem de boa-fé, que buscam uma maneira de evitar a proliferação nuclear e que defendem que o acordo de 2015 volte a ser cumprido. Ressaltaram ainda que não estão se juntando à política de "máxima pressão" tocada pelos EUA.
A União Europeia, que atua como garantidora do acordo, disse que o bloco não pretende retomar sanções contra o Irã.
Após o anúncio europeu na terça, o Irã advertiu os europeus que ativar o mecanismo do acordo pode trazer consequências, mas que está aberto a conversar. "Se os europeus buscam abusar [deste mecanismo], precisam estar preparados para aceitar as consequências, que já lhes foram notificadas", disse um comunicado da chancelaria iraniana.
"A República Islâmica do Irã, como no passado, está completamente a postos para apoiar qualquer ato de boa vontade e os esforços construtivos para salvar este importante acordo internacional", prosseguiu a nota.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, país integrante do acordo, disse não ver espaço para usar o mecanismo de disputa, e afirmou considerar que isso pode tornar impossível a retomada do acordo.
A questão nuclear está no centro da disputa entre os EUA e o Irã, cuja tensão cresceu muito nos últimos meses. Em 2018,o governo Trump retirou os Estados Unidos do acordo internacional e voltou a impor sanções econômicas ao Irã. Os demais países seguiram no tratado.
Nesta terça, o premiê britânico, Boris Johnson, afirmou que "se vamos nos livrar do acordo, vamos substituí-lo e vamos substituí-lo com o acordo de Trump".
No início de janeiro, o governo do Irã disse que se sentia livre para descumprir o combinado e enriquecer urânio acima dos percentuais previstos no documento. A decisão foi tomada após os EUA matarem o general Qassim Suleimani, maior autoridade militar do país, em um ataque no Iraque em 3 de janeiro.
folhapress
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