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Internacional

- Publicada em 15 de Janeiro de 2020 às 03:00

Série da Netflix joga dúvidas em relação à morte de Alberto Nisman

A morte ainda misteriosa do promotor argentino Alberto Nisman (1963-2015) completa cinco anos no próximo dia 18, vira documentário na Netflix - O fiscal, a presidente e o espião - e ressurge com novas investigações e um processo contra a vice-presidente Cristina Kirchner (baseado na denúncia elaborada por ele).
A morte ainda misteriosa do promotor argentino Alberto Nisman (1963-2015) completa cinco anos no próximo dia 18, vira documentário na Netflix - O fiscal, a presidente e o espião - e ressurge com novas investigações e um processo contra a vice-presidente Cristina Kirchner (baseado na denúncia elaborada por ele).
O episódio, que estourou na madrugada de um domingo, foi um dos casos de maior projeção internacional na Argentina na última década. Nisman estava às vésperas de comparecer ao Congresso para apresentar uma denúncia contra a então presidente Cristina, acusando-a de encobrir as investigações sobre o atentado contra a entidade judaica Amia (Asociación Mutual Israelita Argentina), que deixou 85 mortos em 1994.
Mas o promotor morreu em casa, vítima de um tiro. Na segunda-feira, a arma foi encontrada ao lado do corpo, ambos envoltos numa poça de sangue. Até aqui vão as certezas. Adiante, só dúvidas, especulações e teorias, que vão ganhando novos capítulos e elementos.
Assim como até hoje não se sabe quem atacou a Amia e qual a razão, tampouco é claro se Nisman se suicidou ou se foi assassinado - por quem e por quê?
O documentário ouve os envolvidos na investigação, acusados e familiares. E segue as principais teorias. A avaliação inicial apontou para suicídio, talvez sob ameaça, pois não se encontraram indícios de outra pessoa no apartamento. E porque, ao revisar sua denúncia, Nisman tinha encontrado buracos que podem o ter levado ao desespero pessoal. Além disso, no dia anterior, o promotor tinha pedido uma arma a seu principal assessor, Diego Lagomarsino - hoje, sendo julgado por cumplicidade em um possível homicídio.
Depois, vêm as teorias de assassinato. Poderia ter sido um acerto de contas por desentendimentos no sistema de inteligência. Aí entramos no território mais pantanoso, pois surge "Jaime" Stiuso, que parece saber de todos os segredos do poder na Argentina - à frente da Secretaria de Inteligência havia mais de 40 anos, ele era conhecido por usar informações para manipular políticos e julgamentos. Outras possibilidades para um assassinato envolvem alguém enviado ou fiel à própria Cristina, que temia a apresentação da denúncia pelo promotor.
O caso foi altamente politizado. Em um primeiro momento, Cristina defendia que havia sido suicídio, e há suspeitas de que ela pressionou a polícia a chegar a essa conclusão - e por isso ela também enfrenta um processo na Justiça.
Depois, na gestão de Mauricio Macri (2015-2019), o caso foi transferido para a Polícia Federal, que realizou novo laudo e concluiu que havia sido um assassinato (apesar de não ter reunido provas que indicassem o autor do crime).
Alberto Fernández, agora, anuncia que todas as perícias serão analisadas novamente e que a ministra de Segurança, Sabrina Frederic, cuidará do caso. A ideia é entregar à Justiça um novo relatório juntando as evidências revistas.
Por outro lado, o processo contra Cristina que foi o resultado da denúncia de Nisman continua. O promotor defendia que um acordo comercial que a então presidente queria fazer com o Irã em troca de um julgamento mais brando, e fora da Argentina, dos principais suspeitos pelo atentado era acobertamento.
O acordo foi considerado inconstitucional. Hoje, não se sabe o que pode acontecer com Cristina se ela for considerada culpada - como vice, ela tem direito a foro especial.
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