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Argentina

- Publicada em 03 de Janeiro de 2020 às 03:00

Reajuste salarial é negociado na Argentina

O presidente argentino, Alberto Fernández, defendeu aumento nos salários "para recompor o poder aquisitivo dos empregados", defasado pela alta inflação, mas pediu cautela aos trabalhadores. As declarações foram dadas nesta quinta-feira em entrevista à Rádio 10, emissora argentina.
O presidente argentino, Alberto Fernández, defendeu aumento nos salários "para recompor o poder aquisitivo dos empregados", defasado pela alta inflação, mas pediu cautela aos trabalhadores. As declarações foram dadas nesta quinta-feira em entrevista à Rádio 10, emissora argentina.
Fernández falou sobre as negociações paritárias, que são comissões integradas por quantidades iguais de representantes dos trabalhadores e de empresários. As paritárias analisam as relações de trabalho (salários, condições, horários etc.), intervêm em conflitos e têm o poder de modificar acordos coletivos.
"Queremos que as paritárias funcionem. Estamos tentando garantir um aumento mínimo, para que os empregadores não abusem daqueles que trabalham. Mas também devemos pedir aos trabalhadores para considerarem a atual situação. Não façam pedidos desmedidos, pois tudo tem impacto na economia", disse.
O aumento dos salários públicos e privados deve variar entre 6 mil e 9 mil pesos argentinos (entre R$ 400,00 e R$ 470,00, aproximadamente), segundo fontes oficiais. Nesta sexta-feira, o ministro do Trabalho argentino, Claudio Moroni, deve anunciar as novas medidas definidas nas negociações.
Fernández assumiu o governo da Argentina no dia 10 de dezembro e se disse satisfeito com os primeiros dias no comando. "Os objetivos que estabelecemos estão sendo cumpridos. As promessas que demos aos argentinos na campanha estão sendo cumpridas. Desta vez, o ajuste não será pago pelos setores mais fracos", disse o presidente.

Fernández defende solidariedade ao invés de ajustes

O mandatário criticou duramente o governo do ex-presidente Mauricio Macri e disse que sua administração buscará que a economia se tranquilize. Defendeu, ainda, a "solidariedade" em vez de "ajustes", ao afirmar que os mais ricos devem fazer um esforço maior.
"Historicamente, (os ajustes) eram pagos por quem tem menos, por quem trabalha, enquanto as mineradoras, as petroleiras e (os empresários) do campo não pagavam retenções, ou aqueles que possuem bens no exterior pagavam zero. Não é o mesmo que ter um apartamento em Caballito (bairro de Buenos Aires) ou em Miami. Quem tem maior riqueza tem que fazer um esforço maior."
Fernández também se referiu ao empréstimo feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ao governo Macri. "O fundo tem muita responsabilidade no que aconteceu e, agora, tem que resolver as coisas. Não peço que façam uma mea culpa, peço que levem em conta o que aconteceu. Emprestaram dinheiro a alguém que sabiam que nunca seria capaz de pagar. Fizeram para que Macri ganhasse a eleição", afirmou.
Em novembro, quando já estava eleito, mas ainda não tinha assumido o governo, Fernández afirmou que não pretendia receber do FMI a última parcela do empréstimo. O valor total emprestado foi de US$ 56 bilhões, e a última parcela, ainda não recebida, é de US$ 11 bilhões. "Tenho um problema enorme e vou pedir mais US$ 11 bilhões? O que eu quero é parar de pedir (dinheiro) e que me deixem pagar", afirmou o presidente eleito em 26 de novembro.