Incêndio no Chile foi criminoso, dizem autoridades locais

O incêndio que destruiu quase 200 casas na cidade portuária de Valparaíso na véspera de Natal foi intencional, disseram autoridades chilenas depois que um vídeo circulou nas redes sociais mostrando o suposto autor entrando na área onde o fogo começou. "Há muitas indicações de que pode ter sido um incêndio provocado intencionalmente", disse o ministro do Interior do Chile, Gonzalo Blumel, em uma entrevista coletiva.

Ele e outras autoridades foram à área e confirmaram que a Promotoria iniciou uma investigação. "Se isso for verdade, será muito grave, as penas por incêndio intencional são muito elevadas, e vamos apresentar queixas. Convocamos a população para estar alerta e reportar qualquer comportamento suspeito", acrescentou.

Dois focos diferentes começaram simultaneamente, por volta das 15h, nas altas montanhas de Valparaíso, o porto turístico mais importante da costa central do Chile, 120 quilômetros a Leste de Santiago, e avançaram até se reunirem na cidade de La Isla e atingirem uma área de casas de madeira e estanho. Os moradores foram retirados quando o incêndio começou, e muitos passaram a noite de Natal em dois abrigos de emergência. Dezenas de pessoas perderam suas casas e seus poucos pertences.

O incêndio destruiu cerca de 150 hectares e 200 casas, mas não deixou mortos nem feridos. A principal evidência que as autoridades estão lidando até agora é um vídeo que circulou nas redes sociais e mostra uma pessoa entrando em uma caminhonete bem na região de um dos focos do incêndio. Também estão sob investigação os depoimentos de dezenas de moradores de La Isla e Cuesta Colorada (as duas áreas residenciais afetadas), que disseram ter visto várias pessoas subindo as montanhas antes das chamas começarem.

"Alguém, seja uma pessoa ou um grupo de pessoas, quer ver Valparaíso destruído e nossa cidade destruída. Exigimos saber quem são e que intenção os leva a agir dessa forma. Desejamos que paguem com a pena máxima", declarou o prefeito da cidade portuária, Jorge Sharp. Segundo ele, dos cinco últimos incêndios registrados na cidade neste ano, quatro apontam para atos criminosos.