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Internacional

- Publicada em 02 de Dezembro de 2019 às 03:00

COP25 irá apontar rumos para o futuro do planeta

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, diz que falta vontade política para mudar o quadro

Antonio Guterres, secretário-geral da ONU, diz que falta vontade política para mudar o quadro


CRISTINA QUICLER/AFP/JC
Incêndios na Amazônia, ondas de calor na Europa, inundações na Somália. Em um planeta balançado por eventos extremos, multiplicam-se coletivos ambientalistas e a pressão de cientistas. É neste cenário que 196 nações abrem hoje a 25ª Conferência do Clima (COP25) das Nações Unidas, em Madri. A convenção, que termina no dia 13, será pautada pelo dinheiro - o grupo dos Estados mais pobres condiciona a formulação de políticas de adaptação às mudanças climáticas à doação de verbas por países ricos.
Incêndios na Amazônia, ondas de calor na Europa, inundações na Somália. Em um planeta balançado por eventos extremos, multiplicam-se coletivos ambientalistas e a pressão de cientistas. É neste cenário que 196 nações abrem hoje a 25ª Conferência do Clima (COP25) das Nações Unidas, em Madri. A convenção, que termina no dia 13, será pautada pelo dinheiro - o grupo dos Estados mais pobres condiciona a formulação de políticas de adaptação às mudanças climáticas à doação de verbas por países ricos.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou ontem que os esforços mundiais para impedir as mudanças climáticas foram "totalmente inadequados" até agora e há um perigo de que o aquecimento global possa passar pelo "ponto sem retorno". Em declaração a repórteres antes do início da conferência climática, o líder da ONU observou que o mundo tem o conhecimento científico e os meios técnicos para limitar o aquecimento global, mas "o que falta é vontade política".
Tradicionalmente referência no combate ao aquecimento global, o Brasil aterrissará na capital espanhola rodeado de desconfiança, diante de acontecimentos como as queimadas e o desmatamento na Amazônia e a crise do óleo na costa. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que chefiará a delegação, adianta que não planejará novos projetos contra as mudanças climáticas sem receber recursos. "Nós podemos planejar novas ações na área desde que aquilo que já foi feito seja remunerado", ressalta, referindo-se à queda do desmatamento desde o início do século. "Não negamos que há problemas, mas nem de longe esses problemas colocam o Brasil desconfortável na área ambiental."
Outro desafio é inspirar os países a serem mais ambiciosos, ressalta Thelma Krug, vice-presidente do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Mesmo que os países cumpram integralmente suas metas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a temperatura global aumentará 3 graus até o final do século - o limite considerado tolerável pela comunidade científica é de 2 graus. "Este é o momento em que os países pavimentarão o caminho para que, em 2020, digam quais metas pretendem seguir até 2025. É a COP do 'nós podemos', onde os mais ambiciosos poderão conseguir mais financiamentos", explica Thelma.
Países ricos comprometeram-se a abastecer o Fundo Verde com US$ 100 bilhões por ano a partir de 2020 para financiar políticas de mitigação e adaptação a países em desenvolvimento, desde que apresentem projetos mostrando como pretendem aplicar seus recursos. Até agora, porém, o fundo conta com menos de 10% deste valor.
Coordenador do portfólio de economia de baixo carbono do Instituto Clima e Sociedade, Gustavo Pinheiro define o Fundo como um "sintoma da falta de ação climática". "É pouco provável que a meta seja atingida, porque os Estados Unidos, que são os maiores contribuidores do fundo, formalizaram sua saída do Acordo de Paris", observa.
 
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