Milhares de manifestantes voltaram às ruas de Hong Kong ontem, gritando slogans anti-China a dois dias do 70º aniversário do regime comunista chinês. Pequim prepara uma série de eventos para comemorar a criação da República Popular da China, em 1949, incluindo uma enorme parada militar amanhã, que reflete a ascensão do país, a segunda economia mundial, como uma superpotência global.
Os manifestantes levaram à marcha bandeiras de diferentes países, como Estados Unidos, e instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), em um apelo para que a comunidade global apoie o movimento antigovernamental. Comícios ocorreram ou estavam planejados em dezenas de cidades ao redor do mundo, em solidariedade aos ativistas de Hong Kong. A polícia tentou interromper a marcha, que não foi aprovada pelas autoridades, com disparos de gás lacrimogêneo e balas de borracha, além de uma série de prisões.
Hong Kong é palco de protestos pelo 17º fim de semana consecutivo. As manifestações foram originalmente desencadeadas para repudiar um projeto de lei de extradição que permitiria que suspeitos fossem julgados pelo sistema jurídico da China. O governo retirou formalmente o projeto de lei no início de setembro, mas os protestos se ampliaram para incluir outras demandas sociais.
Nas últimas semanas, o governo sinalizou desejo de conciliação com os manifestantes por meio do diálogo. Na última quinta-feira, foi organizado um fórum público com a participação da líder executiva da cidade, Carrie Lam. No entanto, o tamanho e a ferocidade dos novos protestos neste fim de semana sugerem que a estratégia do governo de Hong Kong está sendo pouco efetiva em conter a agitação.