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Internacional

- Publicada em 30 de Setembro de 2019 às 03:00

Presidente da Colômbia entrega à ONU fotos com legendas falsas sobre guerrilhas

Duas imagens do relatório que o presidente da Colômbia, Iván Duque, apresentou na quinta-feira em sua intervenção na Organização das Nações Unidas (ONU) contêm informações falsas. No dossiê, que Duque entregou em mãos ao secretário-geral da entidade, António Guterres, figuram fotografias com as seguintes legendas: "infiltração do ELN em escolas rurais em Táchira" e "acampamento do ELN no Estado de Bolívar, onde ocorreu um massacre" - ambos são estados da Venezuela.
Duas imagens do relatório que o presidente da Colômbia, Iván Duque, apresentou na quinta-feira em sua intervenção na Organização das Nações Unidas (ONU) contêm informações falsas. No dossiê, que Duque entregou em mãos ao secretário-geral da entidade, António Guterres, figuram fotografias com as seguintes legendas: "infiltração do ELN em escolas rurais em Táchira" e "acampamento do ELN no Estado de Bolívar, onde ocorreu um massacre" - ambos são estados da Venezuela.
A polêmica veio à tona na sexta-feira, quando a primeira imagem foi contestada por um jornalista do site de notícias El Colombiano. O repórter afirmou que a foto, que, de fato, mostra guerrilheiros do ELN (Exército de Libertação Nacional) com um grupo de crianças, correspondia a algo que havia ocorrido e sido reportado em 2013 no Departamento de Cauca, na Colômbia. Segundo o relatório de Duque, a imagem era de 2018 e registrava um fato ocorrido na Venezuela.
No sábado, a agência de notícias AFP denunciou que uma segunda foto do dossiê também não correspondia à legenda apresentada. Ela se referia a um acampamento da guerrilha no Departamento do Norte de Santander, na Colômbia, e não na Venezuela. No dia anterior, o próprio Duque admitiu não saber como havia sido cometido o erro e que haveria uma investigação interna na equipe que preparou os papéis entregues à ONU. O governo pediu desculpas à agência AFP.
O fato de ambas as imagens demonstrarem fatos terríveis é incontestável. Porém as duas foram registradas em território colombiano, e não na Venezuela, como Duque queria demonstrar. Em seu discurso diante da Assembleia da ONU, o presidente fez duros ataques ao governo de Nicolás Maduro e quis levantar a discussão sobre a presença de guerrilheiros do ELN e de dissidentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) atuando, treinando e sendo apoiados pelo regime chavista, em território venezuelano. Existem outras evidências do Exército colombiano e de organismos internacionais que confirmam que isso está de fato ocorrendo. No entanto, a inclusão de fotos erradas no relatório enfraquece a argumentação de Duque.
O fotógrafo da France Presse Luis Robayo declarou que a segunda imagem havia sido feita por ele, "em uma viagem que fiz à região do Catatumbo", um ano antes do que figurava na legenda. Já a primeira fotografia foi publicada pelo próprio El Colombiano, em 2015, e teria sido entregue ao governo por uma ONG, a Fundaredes, que veio a público para dizer que jamais afirmou que a imagem havia sido registrada na Venezuela.
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