O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, afirmou que o país pode abandonar o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar) caso seja aprovada uma ação militar na Venezuela. Os chanceleres dos países-membros do Tiar se reuniram ontem, em Nova Iorque, sede da Assembleia Geral das Nações Unidas.
O tratado, firmado em 1947, no Rio de Janeiro, prevê uma assistência mútua em caso de ataques externos, mas nunca foi acionado. Há duas semanas, 12 países - entre eles, EUA e Brasil - firmaram uma resolução que convoca as 19 nações participantes para uma consulta.
Os países signatários são Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, EUA, Guatemala, Haiti, Honduras, Paraguai, República Dominicana e Venezuela. A Venezuela se retirou do tratado há seis anos, mas, em julho, a Assembleia Nacional, liderada por Juan Guaidó, autoproclamado presidente, aprovou o retorno ao pacto.
Entre os próprios membros do tratado, não há consenso se a ativação do Tiar poderia resultar em uma ação militar na Venezuela. O chanceler uruguaio afirmou que o país irá se opor ao mecanismo, pelo menos em sua fase mais extrema, que seria a intervenção direta no país vizinho. Ele afirmou que o Tiar é para "países que estão sofrendo agressões armadas por parte de outras nações estrangeiras", e não se aplicaria à atual situação. "Se a votação tiver as consequências, que parece poder ter, vamos denunciar e sairemos do tratado, certamente", afirmou Nin Novoa.