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Internacional

- Publicada em 19 de Setembro de 2019 às 03:00

Netanyahu sai derrotado de eleições em Israel

Após dez anos no poder, atual premiê não tem maioria para formar governo

Após dez anos no poder, atual premiê não tem maioria para formar governo


MENAHEM KAHANA/AFP/JC
Um dia depois das eleições parlamentares em Israel, o país enfrenta uma espécie de ressaca política, tentando decifrar o recado dos eleitores e, principalmente, prever os possíveis cenários políticos. Com 99% das urnas apuradas nesta quarta-feira, os resultados apontam que o partido de centro-esquerda Azul e Branco, do ex-comandante do Exército Benny Gantz, foi o mais votado, com 32 das 120 cadeiras do Knesset (o Parlamento israelense). Ele é seguido de perto pelo conservador Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que conseguiu 31. Nenhuma das duas forças políticas têm chance de formar uma coalizão com maioria no Knesset (61 cadeiras).
Um dia depois das eleições parlamentares em Israel, o país enfrenta uma espécie de ressaca política, tentando decifrar o recado dos eleitores e, principalmente, prever os possíveis cenários políticos. Com 99% das urnas apuradas nesta quarta-feira, os resultados apontam que o partido de centro-esquerda Azul e Branco, do ex-comandante do Exército Benny Gantz, foi o mais votado, com 32 das 120 cadeiras do Knesset (o Parlamento israelense). Ele é seguido de perto pelo conservador Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que conseguiu 31. Nenhuma das duas forças políticas têm chance de formar uma coalizão com maioria no Knesset (61 cadeiras).
Diante do impasse, a fábrica de rumores e conjecturas políticas funciona com força máxima. Netanyahu anunciou que não irá discursar na Assembleia Geral da ONU neste ano, justamente para resolver o imbróglio. Ele também convocou uma reunião de emergência entre o Likud e seus aliados de partidos religiosos e de direita radical. A decisão foi formar um bloco de direita único, com 55 cadeiras, para tentar dar base a um governo, mesmo sem maioria no Knesset.
Gantz pode, em tese, criar um bloco unindo o Azul e Branco com siglas de esquerda e com a Lista Unida, que representa a minoria árabe e que ficou em terceiro lugar. Essa coalizão, porém, ficaria com 56 cadeiras, incapaz de formar o governo. Os líderes árabes também já indicaram que não pretendem entrar em um bloco e que preferem seguir independentes.
O consenso é que, antes tido como "mágico político", Netanyahu perdeu o tom pela primeira vez em dez anos. Mesmo sabendo de sua capacidade de tirar coelhos da cartola quando se trata de sobrevivência política, a maior parte dos analistas acredita que o único real cenário seria a formação de um governo de união nacional entre Azul e Branco e Likud. Nesse caso, Gantz seria primeiro-ministro por dois anos e Netanyahu o substituiria dois anos depois.
"Realisticamente, não há outro cenário, porque, por mais que você olhe para os números, ninguém tem maioria. Portanto, a única opção é um governo de união nacional", diz o professor e cientista político Emmanuel Navon, da Universidade de Tel-Aviv e do Centro Interdisciplinar de Herzliya. "Acho que, na verdade, é isso que a maioria dos israelenses quer: um governo centrista, estável e com pessoas em quem confiam, sem radicais e extremistas", afirma ele.
Já houve precedente, em Israel. Em 1984, o Likud e o Partido Trabalhista se viram em impasse similar e decidiram por um governo em conjunto, com cada legenda liderando o governo por dois anos. O líder trabalhista, Shimon Peres, assumiu o cargo de primeiro-ministro antes, substituído, em 1986, por Yitzhak Shamir, do Likud.
Agora, porém, parece que essa costura é mais complicada. Um dos motivos é a promessa de campanha de Gantz de que não se entraria em coalizão com o Likud sob liderança de Netanyahu, que pode ser indiciado a qualquer momento por casos de corrupção. Resumindo: ele aceitaria um governo com o Likud, mas sob liderança de outra pessoa. Segundo Navon, não se trata de um cenário impossível.
"Os mais veteranos do Likud estão cansados de Netanyahu. Só se mantinham fiéis enquanto ele vencia eleições. No momento em que ele não o fez - e este pleito foi uma derrota - a rebelião começa a borbulhar. Vai acontecer", aposta ele. "Junta-se a isso o possível indiciamento e o fato de que as pessoas estão frustradas por ele ter sido cruel ao eliminar qualquer líder em potencial do partido nos últimos 20 anos. Possíveis sucessores apenas esperam a hora de puxar o tapete e se livrar dele", diz o cientista político.
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