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Ásia

- Publicada em 27 de Agosto de 2019 às 03:00

Refugiados rohingyas temem retorno a Mianmar

Governo de Bangladesh reclama da superlotação de campos de refugiados improvisados

Governo de Bangladesh reclama da superlotação de campos de refugiados improvisados


CHRISTOPHE ARCHAMBAULT/AFP/JC
Os refugiados da minoria étnica rohingya que vivem em Bangladesh têm resistido aos esforços do governo para que retornem a Mianmar, temendo a continuidade da violência das Forças Armadas que os levou a fugir de suas casas dois anos atrás. Em agosto de 2017, militares iniciaram uma campanha de ataques aos rohingyas no estado de Rakhine, no Oeste do país. Em meio à onda de massacres e estupros, mais de 10 mil pessoas foram mortas e dezenas de vilarejos, demolidos. A violência, classificada de genocídio pela Organização das Nações Unidas (ONU), forçou mais de 700 mil pessoas a fugir para Bangladesh.
Os refugiados da minoria étnica rohingya que vivem em Bangladesh têm resistido aos esforços do governo para que retornem a Mianmar, temendo a continuidade da violência das Forças Armadas que os levou a fugir de suas casas dois anos atrás. Em agosto de 2017, militares iniciaram uma campanha de ataques aos rohingyas no estado de Rakhine, no Oeste do país. Em meio à onda de massacres e estupros, mais de 10 mil pessoas foram mortas e dezenas de vilarejos, demolidos. A violência, classificada de genocídio pela Organização das Nações Unidas (ONU), forçou mais de 700 mil pessoas a fugir para Bangladesh.
Reclamando da superlotação de campos de refugiados improvisados, as autoridades de Bangladesh deram início a um programa de repatriação voluntária de rohingyas. O governo de Mianmar havia aceitado receber de volta mais de 3 mil pessoas. Até agora, porém, nenhum dos refugiados aceitou voltar para seu país de origem, de acordo com a agência de refugiados da ONU. Uma primeira tentativa de repatriação, em novembro, também havia fracassado.
"Me perguntaram se eu queria voltar para Mianmar, mas eu disse que não", afirmou o refugiado Noor Hossain. "Me perguntaram o porquê, e lhes contei que casas foram queimadas, nossos familiares foram estuprados e mortos. É por isso que sofríamos tanto e viemos para cá. Como podemos voltar sem saber se estaremos seguros?"

Minoria étnica sofre discriminação também por ser muçulmana

Muçulmanos em um país de maioria budista, os rohingyas sofrem discriminação rotineira em Mianmar. Integrantes da minoria étnica eram vítimas da violência das Forças Armadas, conhecidas como Tatmadaw, muito antes da ofensiva iniciada em 2017.
A lei de cidadania do país reconhece 135 etnias, mas exclui os rohingyas. Tratados como imigrantes clandestinos de origem bengali, eles não têm acesso a saúde, educação e outros direitos. As autoridades de Mianmar rejeitam as acusações e dizem que as ações do Exército se limitam ao combate a grupos armados insurgentes.
O drama dos rohingyas fez crescer a pressão contra a líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi. Ela, que recebeu o Nobel da Paz em 1991 por sua luta pela democracia no país, tem sido criticada por se calar diante da violência das Tatmadaw.