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Internacional

- Publicada em 07 de Agosto de 2019 às 03:00

Deputados protocolam pedido de impeachment contra o presidente do Paraguai

Mario Abdo Benítez foi pressionado pelo Brasil para aceitar acordo, diz jornal

Mario Abdo Benítez foi pressionado pelo Brasil para aceitar acordo, diz jornal


NORBERTO DUARTE/AFP/JC
Um grupo de 30 deputados opositores ao governo paraguaio apresentou ontem o pedido de impeachment contra o presidente Mario Abdo Benítez, o vice Hugo Velázquez e o ministro da Fazenda, Benigno López, em razão do acordo fechado com o governo brasileiro em maio deste ano sobre a venda de energia da Usina de Itaipu. Na semana passada, a abertura do pedido de impeachment ainda não era uma certeza, devido à retirada total de apoio do Partido Colorado (ANR), que é alinhado ao presidente da República. A justificativa seria o cancelamento do acordo, ocorrido na semana passada.
Um grupo de 30 deputados opositores ao governo paraguaio apresentou ontem o pedido de impeachment contra o presidente Mario Abdo Benítez, o vice Hugo Velázquez e o ministro da Fazenda, Benigno López, em razão do acordo fechado com o governo brasileiro em maio deste ano sobre a venda de energia da Usina de Itaipu. Na semana passada, a abertura do pedido de impeachment ainda não era uma certeza, devido à retirada total de apoio do Partido Colorado (ANR), que é alinhado ao presidente da República. A justificativa seria o cancelamento do acordo, ocorrido na semana passada.
Mesmo assim, o grupo liderado pelo Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), opositor ao governo, alinhou-se a partidos menores para apresentar o pedido de afastamento do presidente. A retirada total de apoio do Colorado, em tese, indica que não haverá votos suficientes para aprovação em plenário do impeachment, já que são necessários mais de 50 votos.
A apresentação do pedido ocorreu no mesmo dia em que o jornal paraguaio ABC Color divulgou troca de mensagens entre Abdo Benítez e o então presidente da estatal energética responsável por Itaipu (Ande), Pedro Ferreira, que mostram que o presidente tinha conhecimento dos detalhes do acordo com a Eletrobras, e ainda teria sido pressionado pelo Brasil para aceitar os termos do documento.
Ambos os episódios levaram os congressistas do Partido Colorado a se reunirem ontem na casa do ex-presidente do Paraguai, Horacio Cartes, segundo o ABC Color, para discutir se a sigla manterá o apoio a Benítez. Cartes lidera uma das bancadas do partido, normalmente alinhada ao governo. A outra metade do Colorado, denominada Añetete, a princípio, havia se posicionado contra o apoio colorado a Abdo Benítez. Caso a parte liderada por Cartes mude de opinião, é provável que a bancada Añetete não hesite em também fazê-lo.
O acordo bilateral assinado no dia 24 de maio para a contratação de energia da Usina de Itaipu provocou uma crise política no governo desde que veio a público, no final de julho. A imprensa paraguaia revelou que uma cláusula que favorecia Assunção no pacto foi deixada de lado e o aumento do preço repassado ao consumidor paraguaio não foi divulgado ao grande público.
Pela ata do acordo - cancelada por Assunção no dia 1 de agosto, depois que Abdo Benítez passou a sofrer ameaça de impeachment -, o governo do Paraguai passaria a declarar gradualmente, até 2022, uma contratação maior da energia dita "garantida" de Itaipu, mais cara, deixando de contar com a chamada "energia excedente", bem mais barata. De acordo com técnicos paraguaios, os gastos do país aumentariam em pelo menos US$ 200 milhões anuais.
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