Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Estados Unidos

- Publicada em 05 de Agosto de 2019 às 03:00

Tiroteios deixam quase 30 mortos em menos de 24 horas nos Estados Unidos

Manifestantes realizaram protesto na Times Square pressionando por legislação mais rigorosa

Manifestantes realizaram protesto na Times Square pressionando por legislação mais rigorosa


GO NAKAMURA/GETTY IMAGES/AFP/JC
Dois massacres atingiram os Estados Unidos neste fim de semana. No sábado, um atirador abriu fogo em uma unidade do Walmart em El Paso, no Texas, matando 20 pessoas e ferindo outras 26. Na madrugada deste domingo, apenas 13 horas depois, um novo ataque aconteceu em Dayton, no estado de Ohio, resultando em nove mortes.
Dois massacres atingiram os Estados Unidos neste fim de semana. No sábado, um atirador abriu fogo em uma unidade do Walmart em El Paso, no Texas, matando 20 pessoas e ferindo outras 26. Na madrugada deste domingo, apenas 13 horas depois, um novo ataque aconteceu em Dayton, no estado de Ohio, resultando em nove mortes.
Em El Paso, as autoridades estão investigando a possibilidade de o tiroteio ter sido um crime de ódio. Os trabalhos em andamento buscam confirmar se um texto racista e contrário à imigração publicado na internet pouco antes do ataque foi escrito pelo atirador. El Paso tem aparecido de forma proeminente no debate sobre imigração e possui, atualmente, 680 mil habitantes, muitos dos quais de origem latina.
Dois policiais que falaram sob condição de anonimato identificaram o atirador como Patrick Crusius, de 21 anos, que estaria sob custódia. As autoridades não divulgaram seu nome em uma coletiva de imprensa, mas disseram que ele foi preso sem que a polícia tenha dado nenhum tiro. O suspeito é proveniente de Allen, cidade que fica a cerca de dez horas de carro de El Paso, e já foi fichado pela polícia sob acusações de homicídio. O tiroteio ocorreu menos de uma semana depois de um jovem de 19 anos matar três pessoas e ferir ouras 13 em um popular festival na Califórnia, antes de morrer.
Horas depois do massacre em El Paso, ocorreu outro tiroteio em massa, em Dayton, Ohio, que resultou em nove pessoas assassinadas e 27 feridas. O atirador, que acabou sendo morto pela polícia, matou a própria irmã. Não ficou claro se o autor dos disparos sabia que ela estaria no local, um estabelecimento chamado Ned Pepper's Bar.
O atirador foi identificado como Connor Betts, um jovem branco de 24 anos, segundo o assistente do chefe da Polícia local, Matt Carper, em entrevista coletiva. No momento do ataque, ele usava um colete à prova de balas militar. Oficiais de polícia estavam em patrulha de rotina e chegaram à cena do crime em menos de um minuto, atirando e matando Betts.
Os motivos do atirador não ficaram imediatamente claros, e os investigadores disseram acreditar que ele agiu sozinho. Betts disparou com um fuzil calibre 223 e carregava muitos pentes de munição.

'O ódio não tem lugar em nosso país', diz Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou que as investigações sobre os massacres ocorridos neste fim de semana estão "avançando rapidamente". Em publicação no Twitter, ele disse que o FBI e autoridades estaduais e locais trabalham conjuntamente tanto no Texas como em Ohio.
Trump ainda parabenizou o trabalho dos agentes de segurança nas ocasiões e afirmou que "poderia ter sido muito pior". "O ódio não tem lugar em nosso país", declarou. Autoridades da Casa Branca informaram que o presidente, que estava passando o fim de semana em seu New Jersey Golf Club, seria atualizado sobre ambos os tiroteios ao longo do dia. Hoje, ele fará um pronunciamento oficial sobre o tema.
As declarações do presidente não foram suficientes para acalmar os ânimos da população. Na Times Square, em Nova Iorque, manifestantes protestaram contra a violência nos EUA e a legislação do país, uma das mais flexíveis em relação à venda e ao porte de armas. Atentados a tiros viraram parte da rotina dos norte-americanos, com alvos que variam de escolas a shopping centers. "Apenas" nos massacres mais letais dos dois últimos anos, o número de mortos passou de 170 (veja box ao lado).
O debate sobre controle de armas volta à tona sempre que há ataques com mortes em massa nos EUA - o que tem acontecido com uma frequência assustadora. Enquanto países que passaram por experiências traumáticas semelhantes agiram para restringir o acesso da população a armas, os norte-americanos se dividem entre armar ainda mais as pessoas, para que possam reagir diante de um eventual ataque, ou limitar a venda de armamentos, como forma de prevenção.
O tiroteio de El Paso será tratado como um caso de terrorismo doméstico pela Justiça, que também avalia acusações de crime de ódio, disse o procurador-geral dos EUA para o distrito do Texas, John Bash. "Estamos considerando acusações federais de crime de ódio e violação de leis sobre armas de fogo, que preveem a condenação à pena de morte", declarou Bash em coletiva de imprensa. O procurador afirmou que os EUA darão ao acusado, Patrick Crusius, "o mesmo tratamento dado a terroristas nos EUA: justiça rápida e certa".

Estados Unidos registraram mais de 170 mortes nos massacres mais letais dos últimos dois anos

4 de agosto de 2019
Um atirador usando um colete à prova de balas matou nove pessoas em um bairro boêmio em Dayton, Ohio. O suspeito foi morto pela polícia.
3 de agosto de 2019
Um atirador abriu fogo em um shopping center em El Paso, Texas, matando 20 pessoas e ferindo mais de 20. O suspeito foi levado em custódia.
31 de maio de 2019
DeWayne Craddock, trabalhador da cidade de Longtime, abriu fogo em um prédio que abriga escritórios governamentais em Virginia Beach. Ele matou 12 pessoas e feriu várias outras antes de ser morto pela polícia.
15 de fevereiro de 2019
Gary Martin matou cinco colegas de trabalho em uma fábrica em Aurora, Illinois, durante uma reunião disciplinar na qual ele foi demitido. Ele feriu um outro funcionário e cinco dos primeiros policiais a chegarem à fábrica suburbana de Chicago antes de ser morto pela polícia durante uma troca de tiros.
7 de novembro de 2018
Ian David Long matou 12 pessoas em um bar de música country em Thousand Oaks, Califórnia, antes de tirar sua própria vida. Long era um veterano de combate que lutou na guerra do Afeganistão.
27 de outubro de 2018
Robert Bowers abriu fogo na sinagoga Tree of Life, em Pittsburgh, Pensilvânia, durante os cultos matinais do Shabat, matando 11 pessoas e ferindo outras. Foi o ataque mais mortal contra os judeus nos EUA.
28 de junho de 2018
Jarrod Ramos disparou pelas janelas dos escritórios do jornal Capital Gazette em Annapolis, Maryland, matando cinco pessoas. As autoridades dizem que Ramos enviou cartas ameaçadoras ao jornal antes do ataque.
18 de maio de 2018
Dimitrios Pagourtzis abriu fogo em uma aula de arte na Santa Fe High School, em Santa Fe, no Texas, matando oito estudantes e dois professores. Explosivos foram encontrados na escola e fora do campus.
14 de fevereiro de 2018
Nikolas Cruz matou 17 estudantes e funcionários na Marjory Stoneman Douglas High School, em Parkland, na Flórida. O massacre ultrapassou o ataque de Columbine (15 mortos em 1999, incluindo os assassinos) e se tornou o evento mais letal em uma escola secundária nos EUA.
5 de novembro de 2017
Devin Patrick Kelley, que havia sido dispensado da Força Aérea após uma condenação por violência doméstica, usou uma arma de fogo para atirar em uma congregação em uma pequena igreja em Sutherland Springs, Texas, matando mais de duas dúzias de pessoas.
1 de outubro de 2017
Stephen Paddock abriu fogo em um festival de música ao ar livre em Las Vegas, do 32º andar de um hotel-cassino, matando 58 pessoas e ferindo mais de 500.