Um grupo de homens vestidos de branco e armados com barras de madeira e de metal espancou dezenas de manifestantes na estação de metrô Yuen Long, em Hong Kong, no fim da noite de domingo. Os 36 feridos na ação retornavam de um protesto a favor de reformas democráticas na região.
Entre os feridos, há um em estado grave. O deputado de Hong Kong Lam Cheuk-ting, do Partido Democrata, também foi agredido e afirmou à imprensa local ter sido atacado por "dezenas de pessoas", às quais classificou como "membros de uma máfia", recriminando a polícia por ter demorado mais de uma hora para intervir.
O ataque do grupo foi muito mencionado nas redes sociais, nas quais circularam vídeos que mostram a brutalidade das ações. Nelas, é possível ver como os agressores espancaram qualquer um vestido com camiseta preta, cor predominante na manifestação pró-democracia que havia tomado as ruas do Centro de Hong Kong mais cedo.
A China denunciou duramente ontem o ataque contra seu escritório de representação no território por manifestantes antigoverno, falando em atos "absolutamente intoleráveis" e cobrando "punição aos culpados".
A ex-colônia britânica, devolvida para Pequim em 1997 e que desfruta de autonomia dentro do território chinês, é palco desde junho de grandes manifestações contra o governo de Hong Kong. O movimento começou com a rejeição a um projeto de lei, atualmente suspenso, que permitiria extradições de suspeitos de crimes para a China continental. Mas os manifestantes agora exigem uma anistia para os detidos, o sufrágio universal e a renúncia da chefe do executivo local, Carrie Lam.