O governo dos Estados Unidos sancionou nesta quinta-feira (11), a Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) da Venezuela pelo caso do capitão de corveta Rafael Acosta Arévalo, morto enquanto estava sob custódia dessa agência venezuelana.
"A detenção por motivos políticos e a morte trágica do capitão Rafael Acosta foi injustificada e inaceitável", afirmou o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, em comunicado.
Além disso, Mnuchin assegurou que "o Departamento do Tesouro está comprometido a pôr fim ao tratamento desumano que o antigo regime de (Nicolás) Maduro dá aos opositores políticos, civis inocentes e membros do Exército, em um esforço para suprimir a dissidência".
O governo do presidente Donald Trump costuma referir-se a Maduro como "ex-presidente" por considerar que o chefe de Estado legítimo da Venezuela é o líder opositor Juan Guaidó, que foi reconhecido como tal por 54 nações.
Como resultado das sanções impostas pelo Departamento do Tesouro, ficam congeladas todas as propriedades que a DGCIM possa ter sob jurisdição americana e, além disso, essa agência está impedida de efetuar transações financeiras com qualquer pessoa que se encontre nos EUA.
Em 29 de junho, o governo venezuelano confirmou a morte de Acosta Arévalo, que estava sob custódia dos funcionários da DGCIM e que foi acusado de supostamente participar de uma conspiração para derrubar Maduro.
Dois militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) foram detidos pela sua suposta responsabilidade nessa morte.
Segundo sua defesa e porta-vozes da oposição, Acosta Arévalo foi torturado até a morte e na última vez em que foi visto com vida, quando se apresentou diante de um tribunal militar, não conseguia se manter de pé ou falar. O juiz ordenou que ele fosse transferido para um hospital militar, onde morreu horas depois.
A esse respeito, o Departamento do Tesouro dos EUA afirmou que a morte de Acosta Arévalo é "só uma amostra mais recente de brutalidade cometida por uma agência notória pelos seus métodos violentos", destacando que o caso foi detalhado pela Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela ONG Human Rights Watch.
Guaidó elogiou as sanções financeiras dos EUA ao DGCIM. "Trabalhando em coordenação com nossos aliados, estamos fazendo justiça ante a tortura e a perseguição. Quem ordene, execute e permita violações dos direitos humanos deve ser saber que haverá consequências e que a opção é ficar ao lado dos venezuelanos", tuitou o líder opositor.
Manobras
A Venezuela usará equipamento militar russo durante os exercícios de 24 de julho, afirmou a agência de notícias RIA nesta quinta ao citar o vice-chanceler russo Serguei Ryabkov.
"As armas e equipamentos militares na Venezuela sob posse das forças armadas bolivarianas são principalmente equipamentos fabricados na Rússia. Portanto, os exercícios não podem ser realizados de outra maneira", afirmou Ryabkov.