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Internacional

- Publicada em 19 de Junho de 2019 às 03:00

ONU questiona tratamento dado a ex-presidente Mohamed Morsi na prisão

Na Turquia, membros da Irmandade Muçulmana tomaram as ruas em um misto de funeral e protesto

Na Turquia, membros da Irmandade Muçulmana tomaram as ruas em um misto de funeral e protesto


STRINGER/AFP/JC
Mohamed Morsi, primeiro presidente do Egito eleito democraticamente, foi enterrado de maneira discreta nesta terça-feira em Medinat Nasr, um bairro da cidade do Cairo, informou um de seus filhos, Abdullah Mohamed Morsi. O ex-governante de 67 anos morreu na segunda-feira após ter um ataque cardíaco durante uma audiência na qual era julgado por acusações de espionagem.
Mohamed Morsi, primeiro presidente do Egito eleito democraticamente, foi enterrado de maneira discreta nesta terça-feira em Medinat Nasr, um bairro da cidade do Cairo, informou um de seus filhos, Abdullah Mohamed Morsi. O ex-governante de 67 anos morreu na segunda-feira após ter um ataque cardíaco durante uma audiência na qual era julgado por acusações de espionagem.
Morsi cumpria pena de 20 anos de prisão, desde 2013, pela morte de manifestantes durante os protestos em 2012, e de prisão perpétua por espionagem em um caso relacionado ao Catar - ele negava todas as acusações. A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu, nesta terça-feira, uma investigação independente sobre a morte do ex-presidente, dizendo que o inquérito deve questionar todos os aspectos de seu tratamento durante os anos em que ficou em custódia.
Jornalistas foram impedidos de entrar no cemitério para acompanhar o enterro, e a imprensa do país, fortemente controlada pelo governo, deu pouca atenção ao funeral. Somente um jornal privado, Al-Masry Al-Youm, mencionou o ex-presidente na primeira página.
A Irmandade Muçulmana (banida no Egito) descreveu a morte de Morsi como um "assassinato" e convocou a multidão a se reunir para marcar sua morte. Na Turquia, membros da Irmandade Muçulmana tomaram as ruas de Ancara e Istambul, em um misto de funeral e protesto. A Turquia era próxima a Morsi, e líderes muçulmanos prometeram funerais simbólicos nas 81 províncias do país. O presidente turco, Tayyip Erdogan, chamou o ex-líder de "mártir" na segunda-feira.
Autoridades egípcias negaram acusações de que a saúde de Morsi, preso há seis anos, foi negligenciada. A morte aumentará a pressão internacional sobre o governo com relação às condições nas prisões onde milhares de islamistas e ativistas seculares são mantidos.
Primeiro e único presidente democraticamente eleito do Egito, Morsi chegou ao poder em junho de 2012, na esteira da Primavera Árabe, que derrubou o ditador Hosni Mubarak. Morsi também foi o primeiro civil a comandar o país de maneira não interina. A vitória por meios democráticos marcou uma mudança radical na história do país, cuja escolha de líderes, desde o fim da monarquia, em 1952, era baseada no apoio de militares.
Ele acabou sendo derrubado um ano depois, em julho de 2013, por um golpe militar, em meio a uma série de protestos contra seu governo. O novo regime logo prendeu o ex-presidente, baniu a Irmandade Muçulmana e deteve uma série de intelectuais e políticos adversários.
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