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Internacional

- Publicada em 04 de Junho de 2019 às 14:38

Trump diz querer acordo 'substancial' com Reino Unido após brexit

Presidente dos EUA e May se reuniram no segundo dia da visita de Estado de Trump à Grã-Bretanha

Presidente dos EUA e May se reuniram no segundo dia da visita de Estado de Trump à Grã-Bretanha


Stefan Rousseau/POOL/AFP/JC
Donald Trump disse à primeira-ministra britânica Theresa May nesta terça (4) que os Estados Unidos fariam um acordo "substancial" e "justo" com o Reino Unido depois do brexit.
Donald Trump disse à primeira-ministra britânica Theresa May nesta terça (4) que os Estados Unidos fariam um acordo "substancial" e "justo" com o Reino Unido depois do brexit.
"Acho que teremos um acordo comercial muito substancial, será um acordo muito justo, e acho que é algo que ambos queremos fazer", disse Trump a May e líderes empresariais britânicos e americanos, no início de uma reunião entre as partes.
O presidente dos EUA e May se reuniram no segundo dia da visita de Estado de Trump à Grã-Bretanha.
"Nós [os EUA] somos o seu maior parceiro. Acho que há uma grande oportunidade para ampliar isso, especialmente agora", prosseguiu Trump.
Louvando a "grande aliança" entre os dois países, May respondeu que "podemos fazê-la ainda maior" graças a um acordo bilateral "com uma cooperação econômica mais ampla, e continuando com nosso trabalho conjunto para moldar e influenciar a economia global e suas regras e instituições."
May deve renunciar na próxima sexta-feira (7), mas permanecerá no cargo enquanto um novo líder é escolhido para substituí-la. O favorito é o ex-prefeito de Londres Boris Johnson.
O dia não será marcado apenas pela troca mensagens de intenção positivas. Manifestantes convocados por organizações de defesa dos direitos humanos e da luta contra a mudança climática se encontram na frente do Parlamento britânico segurando cartazes de protesto contra Trump. Em um deles, se lia: "descartem Trump".
Os manifestantes também carregam balões de gás que mostram o presidente americano em tom alaranjado, e há ainda um balão gigante inflado em frente ao Parlamento.
As manifestações contra Trump vêm também de políticos do alto escalão britânico. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse nesta terça em uma entrevista para o canal de TV Sky News que o americano é um "garoto propaganda para a extrema-direita no mundo todo", citando suas políticas migratórias para muçulmanos e os centros de imigração americanos.
Khan e Trump vêm trocando farpas desde antes da chegada do americano. O britânico reclamou da visita, ao que Trump respondeu que ele estava "fazendo um péssimo trabalho como prefeito" e sendo "rude" com o visitante.
Os dois líderes também concederam uma entrevista para a imprensa nesta terça, em 10 Downing Street, a residência dos primeiros-ministros britânicos.
Theresa May afirmou que tanto o Reino Unido quanto os Estados Unidos têm os mesmos objetivos em relação ao Irã. Para Trump, os dois países estão determinados a se certificar de que a nação do Oriente Médio não desenvolva armas nucleares -tais armamentos são uma ameaça, segundo o republicano.
Com relação ao brexit, Trump disse acreditar que o processo "vai acontecer e deveria acontecer", e May falou que é interesse do Reino Unido se desligar da União Europeia com um acordo.
As transações comerciais entre as duas partes pós-saída do Reino Unido da União Europeia voltaram à pauta. Os Estados Unidos estão comprometidos com um acordo de comércio "fenomenal" com a monarquia, segundo Trump. Já May afirmou que os dois países terão um "ambicioso" acordo de livre comércio.
O republicano afirmou que May merece crédito a respeito da condução das negociações do Brexit. Também salientou gostar de Boris Johnson e acreditar que ele faria um bom trabalho no lugar de Theresa May, assim como Jeremy Hunt, atual ministro das Relações Exteriores.
Trump disse que recusou uma reunião pedida pelo líder do Partido Trabalhista (oposição), Jeremy Corbin. Corbin pretendia tratar de questões climáticas, ameaças à paz e refugiados, segundo comunicado divulgado pelo partido.
Em relação à crise imigratória EUA-México, Trump falou que México deveria impedir que milhões de pessoas entrem ilegalmente nos Estados Unidos -e que, caso não o faça, os EUA seguirão aumentando as tarifas impostas sobre produtos oriundos do país latino. Também afirmou que não quer acreditar que o México é dominado por carteis de drogas.
Trump disse ainda que os países da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) "não tem escolha e devem cumprir as suas obrigações" em relação a gastos com defesa, que devem ser de 2% do PIB de cada nação. Atualmente, dos 29 países da aliança, só cinco atingem esta meta: Estônia, Grécia, Polônia, Reino Unido e Estados Unidos.
O republicano afirmou que os países acertarão suas diferenças e chegarão a um acordo sobre o papel da empresa de telecomunicações chinesa Huawei na construção de redes de 5G. O governo Trump disse a aliados que não usem equipamentos nem a tecnologia 5G da Huawei por temer que a China espione em comunicações confidenciais. O Reino Unido havia aprovado uma participação limitada da empresa no país. A Huawei nega que a rede seria usada para inteligência chinesa.
Por fim, Trump falou que a raina Elizabeth é uma "mulher fantástica" e agradeceu ao país pela visita de Estado que, segundo ele, concretizou a melhor aliança que o mundo já viu.
A programação de segunda (3), o primeiro dia da visita do republicano, incluiu um jantar para 2.000 convidados no Palácio de Buckingham oferecido pela rainha Elizabeth 2ª.
"Esta noite, agradecemos a Deus pelos filhos bravos do Reino Unido e dos Estados Unidos, que derrotaram os nazistas e o regime nazista, e liberaram milhões da tirania. Os laços entre as nossas nações foram selados para sempre naquela grande cruzada", discursou Trump no jantar, antes de oferecer um brinde "à eterna amizade" entre os países.
Folhapress
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