Os dois maiores partidos do Reino Unido prometeram ontem trabalhar para romper o impasse sobre a saída do país da União Europeia (UE), esperando reconquistar os eleitores que os trocaram por um novo movimento liderado pelo líder eurocético Nigel Farage nas eleições europeias.
Depois que as divisões profundas causadas pelo Brexit entre os britânicos ficaram explícitas, os conservadores governistas disseram que os resultados são uma exigência de que o país se separe da UE de qualquer maneira. Adotando outra visão, o opositor Partido Trabalhista descreveu uma votação pública - uma nova eleição nacional ou um segundo referendo - como uma forma de reaproximar a nação.
Como o Partido do Brexit, de Farage, obteve o maior número de assentos no Parlamento Europeu, seguido por um grupo de partidos fervorosamente pró-UE, conservadores e trabalhistas estão sendo pressionados a se comprometerem claramente com os lados opostos do debate.
Quase três anos depois de uma pequena maioria do Reino Unido votar a favor da saída do bloco, e pouco menos de dois meses depois da data de saída original, os parlamentares ainda estão argumentando como, quando ou mesmo se o país romperá com o clube ao qual se uniu em 1973.
Entre os conservadores, que indicarão um novo líder até o final de julho, muitos dos concorrentes verão o resultado da votação europeia como prova de que precisam de uma ruptura mais radical com a UE. Já o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, sofrerá mais pressão para postular um segundo referendo sem condicionais.
Na sexta-feira, a premiê Theresa May anunciou que vai deixar o cargo em 7 de junho, após três tentativas fracassadas de obter a aprovação parlamentar para seu plano de saída da UE. Muitos dos que cobiçam o posto disseram querer que o país abandone o bloco com ou sem um acordo de transição sobre a nova data de saída, 31 de outubro.