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Internacional

- Publicada em 13 de Maio de 2019 às 03:00

Carta que acusa Papa de heresia intensifica 'guerra santa' na Igreja

Medidas reformistas geram pressão de alas católicas conservadoras

Medidas reformistas geram pressão de alas católicas conservadoras


FILIPPO MONTEFORTE/AFP/JC
A "guerra" entre conservadores e reformistas no Vaticano ganhou um novo capítulo com uma carta assinada por dezenas de acadêmicos que acusam o Papa Francisco de heresia, um dos mais graves desvios no direito canônico da Igreja Católica. Recorrendo a uma acusação que remete à Santa Inquisição da Idade Média, os autores, católicos ultratradicionalistas, divulgaram o documento no final de abril com um objetivo claro, segundo contou à Folha de S. Paulo o professor italiano Claudio Pierantoni, um dos 81 signatários: forçar a saída do pontífice do cargo.
A "guerra" entre conservadores e reformistas no Vaticano ganhou um novo capítulo com uma carta assinada por dezenas de acadêmicos que acusam o Papa Francisco de heresia, um dos mais graves desvios no direito canônico da Igreja Católica. Recorrendo a uma acusação que remete à Santa Inquisição da Idade Média, os autores, católicos ultratradicionalistas, divulgaram o documento no final de abril com um objetivo claro, segundo contou à Folha de S. Paulo o professor italiano Claudio Pierantoni, um dos 81 signatários: forçar a saída do pontífice do cargo.
A carta é a terceira de uma série produzida por acadêmicos católicos desde 2016 com críticas à atuação de Jorge Mario Bergoglio, mas, até agora, ela não foi endossada publicamente por nenhum cardeal ou bispo, nem mesmo pelos mais estridentes opositores.
A maioria das acusações de heresia se refere a um dos eventos mais polêmicos dos seis anos de pontificado de Francisco: o sínodo da família, realizado entre 2014 e 2015 para discutir mudanças na relação da Igreja, especialmente com os divorciados e os gays, abertura nunca digerida pela ala conservadora.
Divulgada pelo site católico dos EUA LifeSiteNews, porta-voz do conservadorismo clerical, a carta reproduz declarações de Francisco para apontá-lo como um Papa que "acredita que a atividade homossexual não é gravemente pecaminosa", que não se opõe ao aborto e que aproximou o Vaticano de protestantes e muçulmanos.
Em Roma, o entendimento é de que se trata de um documento superficial e estritamente político. É provável que a carta nem seja submetida à Congregação para a Doutrina da Fé, responsável por julgar os delitos contra a doutrina.
O que é inequívoco é a escalada das investidas contra o Papa e a agenda reformista que ele implementa desde 2013. Além de abrir a Igreja para mudanças comportamentais, Francisco deseja reformar a estrutura do Vaticano e aproximá-lo da vida dos fiéis.
 
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