O Novo IRA, grupo republicano dissidente que luta pela reunificação das Irlandas, reconheceu na terça-feira seu envolvimento na morte da jornalista Lyra McKee, no dia 18 de abril, e pediu desculpas "completas e sinceras" pela ação. Essa é a primeira morte atribuída ao grupo em três anos.
McKee, de 29 anos, foi atingida por tiros enquanto acompanhava um protesto feito por grupos a favor da unificação na cidade de Derry, na Irlanda do Norte. O ato terminou com carros queimados e mais de 50 bombas caseiras jogadas contra os policiais. A polícia prendeu uma mulher de 57 anos na investigação sobre a morte. Dois jovens, de 18 e 19 anos, que haviam sido detidos previamente, foram liberados sem acusações. O enterro da jornalista foi realizado ontem, em Belfast, e contou com a presença da primeira-ministra britânica, Theresa May.
A violência entre republicanos nacionalistas (católicos), partidários da reunificação da Irlanda, e os unionistas (protestantes), defensores da permanência sob o Reino Unido, deixou cerca de 3.500 mortos até os acordos de paz de 1998. O antigo IRA (Exército Republicano Irlandês), que durante décadas liderou uma campanha violenta pela unificação, aceitou o acordo e em 2005 entregou suas armas, simbolicamente encerrando o conflito.
Alguns grupos menores não aceitaram os termos e mantiveram a luta pela unificação, inclusive recorrendo a violência. Entre eles está exatamente o Novo IRA, fundado em 2012 por dissidentes do antigo IRA.