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Internacional

- Publicada em 18 de Abril de 2019 às 03:00

Ex-presidente do Peru Alan García se suicida após receber ordem de prisão

García atirou contra a própria cabeça após a chegada dos policiais

García atirou contra a própria cabeça após a chegada dos policiais


CRIS BOURONCLE/AFP/JC
O ex-presidente do Peru Alan García (1985-1990 e 2006-2011) cometeu suicídio na manhã desta quarta-feira, com um tiro na cabeça, quando policiais chegaram em sua residência em Lima para prendê-lo por conexões com uma investigação sobre suborno no caso relacionado à construtora brasileira Odebrecht. Ele chegou a ser levado para o Hospital Casimiro Ulloa, onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu após três horas no centro cirúrgico.
O ex-presidente do Peru Alan García (1985-1990 e 2006-2011) cometeu suicídio na manhã desta quarta-feira, com um tiro na cabeça, quando policiais chegaram em sua residência em Lima para prendê-lo por conexões com uma investigação sobre suborno no caso relacionado à construtora brasileira Odebrecht. Ele chegou a ser levado para o Hospital Casimiro Ulloa, onde passou por cirurgia, mas não resistiu e morreu após três horas no centro cirúrgico.
O hospital indicou que García, de 69 anos, tinha "um ferimento de bala na cabeça" e chegou a ser operado. Depois, confirmou a morte do ex-presidente por volta das 12h30min (horário de Brasília), após três paradas cardíacas.
É o primeiro caso de suicídio envolvendo um político investigado no escândalo da Lava Jato. A prisão preliminar seria um passo anterior a uma prisão preventiva, o que significa que a Justiça considera que o suspeito pode obstruir a investigação e ainda está recolhendo provas. García era acusado de envolvimento no escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht, que declarou ao Departamento de Justiça norte-americano ter pago US$ 29 milhões em propinas e caixa-2 no país.
A polícia chegou à casa dele, no bairro de Miraflores, por volta das 6h25min. O ex-presidente, então, teria subido até seu quarto, dizendo que iria telefonar para seus advogados. Em seguida, os guardas ouviram um disparo, encontraram-no ferido e o levaram para o hospital.
O político já havia tentado escapar da Justiça ao pedir asilo ao Uruguai, em novembro. O presidente uruguaio Tabaré Vázquez, porém, recusou a solicitação.
García era investigado por dois casos relacionados à Odebrecht. O primeiro está ligado aos aportes de campanha ilegais realizados pela empreiteira nas eleições presidenciais de 2006, as quais ele venceu. Para isso, a empresa brasileira teria pago US$ 200 mil.
O segundo envolve a licitação das obras da linha 1 do metrô de Lima. Em 19 de fevereiro de 2009, García convocou uma reunião ministerial de emergência, no mesmo dia em que havia se encontrado com um operador da Odebrecht, Jorge Barata. Alguns meses depois, García emitiu um decreto concedendo a licitação da obra da linha 1 do metrô da capital peruana a um consórcio do qual a Odebrecht fazia parte.
A Procuradoria peruana ainda investiga se o pagamento de US$ 100 mil que a Odebrecht fez a García por uma conferência na Federação de Indústrias de São Paulo (Fiesp), em São Paulo, em 2012, está relacionado a pagamentos ilícitos em troca de benefícios à empreiteira. No começo deste mês, García disse, em entrevista ao jornal El Comercio, de Lima, que não havia elementos para sua prisão. "É tudo especulação. Com especulações não se priva uma pessoa da liberdade. É uma grande injustiça."
Desde que começou a ser investigado, García havia informado à Justiça que só havia se reunido com Marcelo Odebrecht e representantes da empresa uma vez.
Investigações das agendas do então presidente, porém, revelaram que haviam ocorrido pelo menos cinco encontros. Em 2017, Odebrecht disse, em sua delação, que as iniciais AG, que apareciam nas listas de suborno da empresa se referiam a Alan García. Desde novembro, García já estava impedido de sair do país, e pairava sobre ele a expectativa do pedido de prisão, que se concretizaria na manhã desta quarta-feira.
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