Assunção, capital do Paraguai, foi atingida nesta segunda (15) por uma enxurrada que entrou com força em cerca de 200 casas. O problema foi resultado de uma inundação atípica provocada pelo fenômeno El Niño que derrubou um muro de contenção. Ninguém morreu no incidente.
O muro que rompeu, que media 2 metros, foi construído com escombros e sacos de areia para prevenir inundações, mas acabou cedendo por causa de infiltrações.
Sajonia, o bairro atingido, fica localizado a 3 km do palácio presidencial, também próximo ao Rio Paraguai. Alagamentos não são comuns na região.
Houve aumento no nível do rio depois de fortes chuvas. A água se acumulou durante a madrugada, o que dificultou a fuga dos moradores. Algumas casas teriam ficado submersas em menos de 40 minutos. Isso gerou enormes perdas materiais, segundo a SEN (Secretaria de Emergência Nacional).
Segundo relatos na imprensa local, os vizinhos foram alertados por disparos realizados pelos militares, que tentaram avisá-los para que pudessem sair. O número de famílias afetadas pela inundação é de cerca de 25 mil, e diversas áreas próximas à margem do Rio Paraguai foram atingidas. O rio se estende por cerca de 1.000 km no Paraguai, desembocando no rio Paraná, na fronteira com a Argentina, cerca de 500 km ao sul de Assunção.
Na capital, a maior parte das vítimas pertence à classe média. Pessoas alugam botes e lanchas para irem até suas casas e salvar pertences, como roupas e eletrodomésticos. Segundo o jornal paraguaio Ultima Hora, os moradores temem ser alvos de ladrões, que poderiam roubar as casas durante a noite.
Segundo o Departamento de Meteorologia do Paraguai, as chuvas intensas devem parar e as águas devem baixar nos próximos dias. O nível elevado de água do rio, entretanto, deve durar até o meio do ano.