A polícia peruana deteve ontem o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski (PPK), de 80 anos, acatando uma decisão judicial que ordenou sua prisão preventiva por dez dias. Eleito em 2016, ele renunciou ao cargo dois anos depois devido a acusações de envolvimento no escândalo da empreiteira brasileira Odebrecht. Também foram emitidas ordens de prisão para sua ex-secretária, Gloria Kisic Wagner, e o funcionário José Luis Bernaola Ñuflo. Dessa maneira, o Peru bate o recorde de ex-presidentes respondendo a processos pelo caso Odebrecht na região.
Além de Ollanta Humala (2011-2016) - que ficou preso por um ano em 2017 e que, agora, responde a processo em liberdade condicional -, Alejandro Toledo (2001-2006) está foragido, e Alan García (2006-2011), também acusado, tentou deixar o Peru pedindo asilo ao Uruguai, o que foi negado. García está impedido de deixar o país enquanto a investigação estiver em curso.
PPK renunciou em março de 2018, quando o Congresso estava votando pela segunda vez uma moção de vacância. O ex-presidente é acusado de receber mais de US$ 5 milhões por serviços para a Odebrecht entre 2004 e 2013 (quando ocupou cargos de confiança na gestão Toledo), e outros US$ 300 mil em caixa-2 para sua campanha na eleição presidencial de 2011, na qual terminou em terceiro lugar.