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América do Sul

- Publicada em 02 de Abril de 2019 às 03:00

Presidente do Uruguai destitui cúpula que investigava crimes da ditadura

Ministro da Defesa, Jorge Menéndez, foi um dos demitidos

Ministro da Defesa, Jorge Menéndez, foi um dos demitidos


ADRIAN DENNIS/AFP/JC
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, decidiu ontem destituir o ministro da Defesa, Jorge Menéndez, o vice-ministro da pasta, Daniel Montiel, e os três generais que integravam o Tribunal de Honra do Exército, entre eles o recém-nomeado comandante da força, José Gonzalez. Este último vinha substituindo, desde 12 de março, o então titular do cargo, Guido Manini Rios, também afastado.
O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, decidiu ontem destituir o ministro da Defesa, Jorge Menéndez, o vice-ministro da pasta, Daniel Montiel, e os três generais que integravam o Tribunal de Honra do Exército, entre eles o recém-nomeado comandante da força, José Gonzalez. Este último vinha substituindo, desde 12 de março, o então titular do cargo, Guido Manini Rios, também afastado.
O tribunal investigava o assassinato do militante tupamaro Roberto Gomensoro, em 1973, e a desaparição de Maria Claudia García de Gelman, nora do poeta argentino Juan Gelman (1930-2014), em 1976. Tabaré considerou que o órgão vinha cometendo irregularidades ao acobertar os verdadeiros responsáveis por assassinatos e desaparecimentos ocorridos durante o período militar uruguaio (1973-1985) e afirmou que enviaria todo o caso para a Justiça civil.
No processo, estão acusados dois ex-militares, José Nino Gavazzo e Jorge Silveira. Apesar de Gavazzo ter admitido que havia jogado num rio o corpo de Gomensoro, o tribunal concluiu que seus atos não indicavam um delito. A confissão também demonstrou que, por três anos, os militares que participaram em seu assassinato nada fizeram para impedir que outro militar, o coronel Juan Carlos Gómez, fosse à prisão pelo assassinato de Gomensoro, mesmo sabendo que Gómez era inocente.
Tabaré, que teve familiares presos durante o regime, sempre defendeu o fim da Lei de Anistia. Porém, mesmo sem conseguir derrubá-la, tem estimulado a Justiça a realizar julgamentos baseado em leis do Direito Internacional que determinam que crimes de lesa humanidade não prescrevem e que crimes de desaparecimento são delitos continuados. Desde então, o Uruguai tem realizado julgamentos de militares e civis que participaram da repressão, algo que tem respaldo popular e fez parte da plataforma eleitoral de Tabaré em suas duas eleições. Dirigentes da Frente Ampla, coalizão da qual faz parte o Partido Socialista, do presidente, protestaram durante o fim de semana pedindo a renúncia de González.

Justiça pede suspensão de imunidade de Juan Guaidó

O presidente do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ), Maikel Moreno, pediu ontem à Assembleia Nacional Constituinte para suspender a imunidade parlamentar de Juan Guaidó, autodeclarado presidente interino do país. Com a suspensão do benefício, ele poderá ser julgado pela Justiça comum.
A Assembleia Nacional Constituinte é governista e presidida por Diosdado Cabello. Guaidó é o principal nome da oposição venezuelana e presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que não é reconhecida pelo governo de Nicolás Maduro, por ser considerada majoritariamente oposicionista.
 Segundo Moreno, o autoproclamado presidente interino violou medidas impostas pelo tribunal. O juiz anunciou a ratificação da sentença proferida em 29 de janeiro, que estabeleceu uma série de proibições ao líder da oposição. A lista inclui "a proibição de deixar o país sem autorização até que a investigação seja concluída; a proibição de transferência e oneração de propriedade, bloqueio e imobilização de contas bancárias ou qualquer outro instrumento financeiro em território venezuelano".
 Guaidó deixou a Venezuela em fevereiro, quando visitou o Brasil e vários países da América Latina. Ele obteve apoio do presidente Jair Bolsonaro em sua tentativa de destituir Maduro.