Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Venezuela

- Publicada em 29 de Março de 2019 às 03:00

Justiça proíbe Guaidó de ocupar cargos públicos

Líder opositor teria gastos superiores a seus rendimentos

Líder opositor teria gastos superiores a seus rendimentos


YURI CORTEZ/AFP/JC
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, está proibido de ocupar cargos públicos por 15 anos, disse, nesta quinta-feira, o controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso. Segundo ele, o líder opositor apresentou inconsistências em suas declarações financeiras e seus gastos não correspondem ao seu nível de rendimentos, o que indicaria corrupção. Por isso, o órgão decidiu "inabilitar para o exercício de qualquer cargo público ao cidadão (Guaidó) pelo período máximo estabelecido por lei", disse Amoroso, na TV estatal.
O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, está proibido de ocupar cargos públicos por 15 anos, disse, nesta quinta-feira, o controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso. Segundo ele, o líder opositor apresentou inconsistências em suas declarações financeiras e seus gastos não correspondem ao seu nível de rendimentos, o que indicaria corrupção. Por isso, o órgão decidiu "inabilitar para o exercício de qualquer cargo público ao cidadão (Guaidó) pelo período máximo estabelecido por lei", disse Amoroso, na TV estatal.
Presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, Guaidó invocou a Constituição para se declarar presidente interino em janeiro. O gesto foi reconhecido por mais de 50 países, incluindo Brasil e Estados Unidos. Desde então, ele busca formas de retirar do poder o presidente Nicolás Maduro, que classifica como "usurpador" por ter assumido a presidência após uma votação considerada fraudulenta pela oposição e por vários países.
No entanto, Maduro segue com apoio do Exército. Na semana passada, um dos aliados de Guaidó, Roberto Marrero, foi preso por agentes do serviço de inteligência do regime.
No sábado, o presidente acusou o opositor, que ele descreve como "fantoche" dos EUA, de ter planejado, sem sucesso, assassiná-lo. "O boneco diabólico acabou de desmantelar um plano, que ele mesmo dirigiu, para me matar", afirmou Maduro. No domingo, além de rebater as acusações de Maduro, Guaidó pediu aos seus partidários que se preparem para "a fase máxima de pressão" em sua luta contra o regime. Ele disse que convocará para os próximos dias uma manifestação nacional, que irá rumo ao Palácio de Miraflores, sede do governo.

Rússia diz que militares vão ficar o tempo que for necessário

O governo russo disse, nesta quinta-feira, que as tropas que enviou para a Venezuela vão permanecer no país o tempo que for necessário, mas que elas não irão participar de nenhum tipo de operação militar e não representam uma ameaça à estabilidade na região. As declarações do Kremlin foram dadas um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter afirmado que Moscou deveria retirar todos os seus militares da Venezuela.
No fim de semana passado, dois aviões russos pousaram em Caracas com cerca de 100 militares, mas só nesta quinta-feira a Rússia admitiu oficialmente ter enviado as tropas. De acordo com Moscou - que apoia o regime do presidente Nicolás Maduro -, os militares enviados são especialistas e estão no país para participar de um acordo de cooperação assinado com Caracas.

"Eles estão trabalhando na implementação dos acordos assinados no campo da cooperação técnica e militar. Quanto tempo levará? O quanto for necessário para o governo venezuelano", declarou a jornalistas a porta-voz da diplomacia russa, Maria
Zakharova. "A Rússia não infringiu nada, nem os acordos internacionais, nem o direito venezuelano. Ela não muda o equilíbrio de forças na região e não ameaça ninguém, diferentemente de Washington", alfinetou ela.

A porta-voz classificou as críticas de autoridades norte-americanas de "tentativa arrogante de ditar para Estados soberanos como têm de se relacionar entre eles. Nem a Rússia, nem a Venezuela são províncias dos EUA", completou.
Já o porta-voz do presidente Vladimir Putin, Dmitry Peskov, disse que Washington não deveria interferir na relação entre Moscou e Caracas. "Não acreditamos que países terceiros devam se preocupar com nossas relações bilaterais. Não estamos interferindo nos assuntos internos da Venezuela e esperamos que outros países sigam nosso exemplo e permitam que os venezuelanos decidam seu futuro por conta própria", afirmou.