Ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu ontem as Colinas de Golã como território israelense, na contramão da política externa norte-americana para a questão nas últimas décadas.
O anúncio foi feito em meio a um ataque com foguetes contra Israel atribuído ao Hamas, que obrigou Netanyahu a encurtar a visita aos EUA e às vésperas das eleições gerais em Israel. O movimento islâmico nega a autoria do lançamento. O artefato atingiu uma casa em Mishmeret, ao Norte de Tel-Aviv. As vítimas são quatro adultos e três crianças, incluindo um bebê de seis meses e uma criança de três anos, e estão internadas, segundo o hospital Kfar Sab. Os atingidos sofreram queimaduras e ferimentos leves, e seis deles fazem parte da mesma família.
As Colinas de Golã pertencem à Síria e foram ocupadas pelos israelenses na Guerra dos Seis Dias, em 1967, juntamente com a Península do Sinai, que seria devolvida ao Egito nos anos 1970, a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, a última desocupada em 2005. Golã foi formalmente anexado a Israel em 1981. No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) diz que Israel deve se retirar dos territórios.
Historicamente, o governo norte-americano e a ONU dizem que o território israelense e as fronteiras de um futuro Estado palestino devem ser definidos por meio de negociações. Após os Acordos de Oslo, de 1992, que instituíram a Autoridade Nacional Palestina (ANP) sobre áreas da Cisjordânia, no entanto, o processo não avançou. No governo do presidente Barack Obama, as negociações fracassaram de vez, após anos de idas e vindas. Com um discurso agressivo, Trump encarregou seu genro, Jared Kushner, de reiniciar o processo, até agora sem avanços práticos.
Desde a anexação de Golã, aumentou a instalação de colonos israelenses no território, o que tem provocado o protesto da Síria, de líderes palestinos e de países árabes em fóruns internacionais. "O que o amanhã trará? Instabilidade e mais derramamento de sangue", afirmou o secretário-geral da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, veterano negociador de um acordo de paz com os israelenses.