Em discurso ontem na Câmara de Comércio dos Estados Unidos, o presidente Jair Bolsonaro fez críticas ao "antiamericanismo" de governos brasileiros anteriores e falou em reconhecer a "capacidade bélica" do país para resolver a crise na Venezuela, sugerindo uma intervenção militar no país.
"Temos alguns assuntos que estamos trabalhando em conjunto, reconhecendo a capacidade econômica, bélica dos Estados Unidos. Temos de resolver a questão da Venezuela. A Venezuela não pode continuar da maneira que se encontra, aquele povo tem de ser libertado. Contamos com apoio americano para que esse objetivo seja alcançado", afirmou Bolsonaro.
Em seguida, o porta-voz do governo, general Otávio Rêgo Barros, minimizou a fala do presidente. Questionado se o País apoiaria uma eventual intervenção militar dos Estados Unidos na Venezuela, como o presidente deu a entender, Rêgo Barros foi obrigado a esclarecer a declaração.
"O Brasil entende que a situação da Venezuela deva ser resolvida com base na nossa diplomacia. Não trabalhamos com intervenção, até porque afronta nossa Carta Magna", explicou o porta-voz do governo.
A Venezuela enfrenta uma profunda crise política, econômica e social. Brasil e EUA estão entre os mais de 50 países que não reconhecem a legitimidade do governo do presidente Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como líder interino do país.