A companhia Ethiopian Arlines anunciou ontem que foram recuperadas as duas caixas-pretas do Boeing 737 MAX 8 que caiu no domingo a Sudeste de Adis Abeba, capital da Etiópia. O acidente deixou 157 mortos. Uma caixa-preta guarda os dados técnicos do voo e a outra registra as conversas da cabine.
O voo ET 302 deixou o aeroporto de Bole, em Adis Abeba, rumo a Nairóbi (Quênia). O avião perdeu contato com a torre de controle seis minutos depois. O piloto relatou dificuldades e pediu permissão para retornar.
"Dados da rede Flightradar24 ADS-B mostram que a velocidade vertical ficou instável depois da decolagem", informou a organização de rastreamento de voos baseada na Suécia em seu Twitter.
Havia 149 passageiros e oito tripulantes a bordo. A aeronave era um Boeing 737 MAX 8, o mesmo avião que caiu na Indonésia em outubro de 2018, matando 189 pessoas, no que foi o primeiro acidente com este modelo.
O Boeing 737 MAX 8 tem 210 assentos. É a última versão das aeronaves da família 737, o avião comercial mais vendido do mundo e um dos mais confiáveis da indústria. Seu primeiro voo foi em janeiro de 2016. Até janeiro deste ano, o site da fabricante registrava mais de 5 mil pedidos do modelo, realizados por companhias aéreas como Air China e Aerolineas Argentinas. Trezentos e cinquenta aeronaves já foram entregues. O MAX 8 é usado sobretudo para voos de curta e média distâncias.
No Brasil, apenas a Gol utiliza esse modelo e possui sete unidades em operação. A empresa encomendou ao todo 135, com entrega prevista até 2028. Ontem, China e Indonésia ordenaram às companhias aéreas que deixem de voar com este modelo até segunda ordem.