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Internacional

- Publicada em 27 de Fevereiro de 2019 às 12:24

Ex-advogado dirá ao Congresso que Trump é racista e sabia de vazamento de emails

Michael Cohen disse que presidente ordenou implicitamente mentiras ao Congresso sobre negócios da Rússia

Michael Cohen disse que presidente ordenou implicitamente mentiras ao Congresso sobre negócios da Rússia


MANDEL NGAN / AFP/JC
O presidente americano, Donald Trump, sabia que Roger Stone, seu conselheiro político, estava se comunicando com Julian Assange, fundador da WikiLeaks, sobre a publicação de emails do Comitê Nacional Democrata que prejudicaram Hillary Clinton, adversária do republicano nas eleições de 2016. A afirmação está presente no depoimento de Michael Cohen, ex-advogado do presidente, obtido antecipadamente pelo site Politico. Cohen falará ao Congresso nesta quarta-feira (27).
O presidente americano, Donald Trump, sabia que Roger Stone, seu conselheiro político, estava se comunicando com Julian Assange, fundador da WikiLeaks, sobre a publicação de emails do Comitê Nacional Democrata que prejudicaram Hillary Clinton, adversária do republicano nas eleições de 2016. A afirmação está presente no depoimento de Michael Cohen, ex-advogado do presidente, obtido antecipadamente pelo site Politico. Cohen falará ao Congresso nesta quarta-feira (27).
No documento, Cohen chama Trump de "racista", "trapaceiro", "fraude" e acusa o presidente de assinar pessoalmente cheques para encobrir pagamentos destinados a silenciar a ex-atriz pornô Stormy Daniels, que afirma ter tido um caso com o republicano em 2006.
O ex-advogado afirma ainda que o presidente nunca ordenou diretamente que ele mentisse ao Congresso sobre os negócios na Rússia, apenas implicitamente.
Nesta quarta, Cohen pretende dizer à comissão de supervisão e reforma da Câmara dos Deputados que Trump sabia que Stone "estava conversando com Julian Assange" sobre o vazamento de emails democratas.
"Stone disse a Trump que ele tinha acabado de falar por telefone com Julian Assange e que Assange disse a Stone que, em alguns dias, haveria a liberação em massa de emails que prejudicariam a campanha de Hillary Clinton", dirá Cohen. A democrata foi derrotada pelo republicano nas eleições de 2016.
Segundo Cohen, Trump teria respondido: "isso seria ótimo." Mas o ex-advogado pretende esclarecer que não tem evidência direta de que o republicano ou sua campanha tenham conspirado com a Rússia para interferir no resultado das eleições de 2016, assunto que é investigado pelo procurador especial Robert Mueller.
Os documentos a que o Politico teve acesso incluem um dos 11 cheques que o presidente teria preenchido, depois de assumir o cargo, para reembolsar Cohen pelos pagamentos feitos a Daniels.
Segundo Cohen, o dinheiro veio da conta bancária de Trump. Ele também pretende apresentar à comissão da Câmara cópia de uma transferência de US$ 130 mil que fez a Daniels para silenciá-la sobre o caso com Trump.
Cohen, que se declarou culpado de crimes como mentir ao Congresso e violar leis de financiamento de campanha por causa dos pagamentos à ex-atriz pornô, dirá que tem vergonha de ter ajudado Trump a esconder seus "atos ilícitos". "Eu estou envergonhado porque eu sei o que o Trump é. Ele é racista. Ele é trapaceiro. Ele é uma fraude."
Em seu depoimento, o ex-advogado vai dizer que o presidente dirigiu "um esquema criminoso para violar leis de financiamento de campanha", em relação ao pagamento a Daniels.
Cohen também vai relatar um caso que sugere que o presidente tinha conhecimento de um encontro realizado em junho de 2016 sobre a Trump Tower. Funcionários de sua campanha teriam se reunido com um advogado com ligações com a Rússia que estaria oferecendo informações negativas sobre Hillary.
Segundo o relato de Cohen, ele estava com Trump em seu escritório quando Donald Trump Jr., filho do presidente e que participou da reunião, entrou no local, se aproximou do pai e disse, em voz baixa, que "o encontro estava acertado."
O ex-advogado do republicano afirma que ele respondeu "bom" e pediu para ser mantido informado. O presidente nega ter tido conhecimento prévio sobre a reunião, que também é alvo da investigação de Mueller.
Sobre os negócios da Organização Trump com Moscou, Cohen vai dizer que Trump não disse diretamente que mentisse, mas afirma que o presidente olhava em seu olho e dizia que não havia negócios com a Rússia e depois falava o mesmo para a população. "Da forma dele, ele estava me dizendo para mentir."
Os advogados de Trump também teriam revisado e alterado seu falso testemunho ao Congresso sobre quando o negócio com Moscou ocorreu.
"Trump sabia, dirigiu as negociações em Moscou durante a campanha e mentiu sobre isso", afirma Cohen, que deve começar a cumprir pena de três anos de prisão a partir de 6 de maio. "Ele mentiu sobre isso porque nunca esperou vencer as eleições. Ele também mentiu sobre isso porque obteve centenas de milhões de dólares no projeto imobiliário em Moscou."
O presidente também teria feito comentários racistas contra negros, segundo o ex-advogado, que cita uma ocasião em que ambos estavam em um bairro pobre de Chicago, e o republicano comentou que apenas negros conseguiam viver daquele jeito. "E ele me disse que negros nunca votariam nele porque eram muito burros."
Na terça, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou, em comunicado, que Cohen não era confiável por ter se declarado culpado por mentir ao Congresso.
Nesta quarta, Trump acusou o ex-advogado de mentir, em declarações em uma rede social. "Michael Cohen foi um dos muitos advogados que me representaram [infelizmente]. Ele tinha outros clientes também", afirma o presidente, que lembra que Cohen perdeu o direito de advogar pela Suprema Corte estadual por mentir e por fraude.
"Ele fez coisas ruins não relacionadas a Trump. Ele está mentindo para diminuir seu tempo na prisão. Usando o advogado da Trapaceira [em referência a Hillary]", complementou.
Folhapress
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