O Vaticano promoveu ontem uma entrevista coletiva para informar como será o encontro "A proteção das crianças na Igreja", que discutirá as denúncias de abusos cometidos por religiosos contra crianças e adolescentes, nos dias 21 a 24. Participarão representantes de conferências episcopais de 130 países e integrantes de grupos de vítimas. O Papa Francisco fará a abertura e o encerramento do encontro.
O secretário da Congregação para a Doutrina da Fé e membro da Comissão Organizadora, arcebispo de Malta Charles J. Scicluna, disse que o silêncio é inaceitável. "A negação é um mecanismo primitivo, mas devemos nos afastar do código de silêncio, quebrar a cumplicidade, porque o silêncio não é aceitável." O arcebispo destacou que, quando se trata de "proteger a inocência", não é possível desistir. "A Igreja é um lugar seguro para todos, especialmente para as crianças", ressaltou. Segundo Scicluna, "não basta publicar os números, é preciso um estudo aprofundado para dar um contexto".
Pela organização do encontro, os três dias de discussão serão dedicados a um tema específico: a responsabilidade dos bispos. Os participantes vão assistir três reportagens por dia seguidas de perguntas e respostas e trabalhos em grupo. Haverá, ainda, testemunhos dos sobreviventes e momentos de oração, na abertura e no encerramento do dia. O Papa abrirá e fechará os trabalhos. O encontro ocorre dias depois de o Papa Francisco expulsar o ex-cardeal e arcebispo emérito de Washington (EUA), Theodore McCarrick, de 88 anos.