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Internacional

- Publicada em 06 de Fevereiro de 2019 às 01:00

Cúpula da UE chama Brexit de 'inferno' e diz que não negocia acordo

Um dia antes da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ir a Bruxelas para pedir mudanças no acordo de saída do país da União Europeia (UE), a cúpula do bloco enviou um duro recado aos britânicos, negando a possibilidade de novas negociações.
Um dia antes da primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, ir a Bruxelas para pedir mudanças no acordo de saída do país da União Europeia (UE), a cúpula do bloco enviou um duro recado aos britânicos, negando a possibilidade de novas negociações.
Em uma frase que exemplificou o nível das desavenças políticas, o presidente do Conselho Europeu (que reúne os chefes de Governo e de Estado), Donald Tusk, afirmou que os defensores da saída do bloco merecem o inferno. "Eu tenho pensado como deve ser esse lugar especial no inferno para as pessoas que promoveram o Brexit sem ter nem mesmo um esboço de um plano de como realizá-lo de modo ordenado", disse Tusk a jornalistas ontem.
A frase foi bombardeada pelos parlamentares britânicos a favor da saída do país do bloco. A líder da casa, a conservadora Andrea Leadsom, chamou Tusk de "sem educação" e exigiu que ele pedisse desculpas. O ex-líder do partido de direita radical Ukip, Nigel Farage, também respondeu ao europeu. "Depois do Brexit, estaremos livres de provocadores arrogantes e não eleitos como você - e isso soa como o paraíso para mim", disse ele. Já grupos a favor da permanência na UE aplaudiram a declaração, e o Partido Nacional Escocês afirmou que a fala do europeu "acertou em cheio" o Brexit.
A declaração de Tusk foi complementada por Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia. "Sou menos católico do que meu bom amigo Donald. Ele acredita no céu e, por consequência, no inferno. Já eu acredito no céu e não no inferno, com exceção ao que estou fazendo agora, que é o inferno", disse ele, se referindo também às negociações do Brexit.
No final de 2018, Bruxelas e Londres fecharam um pacto para organizar o processo - a saída está marcada para 29 de março -, mas ele foi derrubado pelo Parlamento britânico. No lugar, a casa aprovou um novo esboço apresentado por May, que, agora, quer renegociar esse plano com a UE.
No centro do impasse está a questão da fronteira entre a República da Irlanda (país independente parte da UE) e a Irlanda do Norte (parte do Reino Unido). Segundo o acordo de paz que pôs fim ao conflito na região em 1998, os cidadãos das duas Irlandas são livres para se movimentarem entre elas - o que não era um problema quando todos estavam dentro da UE, mas passou a ser com o Brexit.
Segundo a proposta inicial, seria criada uma união alfandegária temporária entre as Irlandas (backstop), que possibilitaria que a fronteira permanecesse aberta até que UE e Reino Unido conseguissem negociar um acordo comercial definitivo. Para os defensores do Brexit, porém, a proposta é intragável, porque significa que parte do território britânico deve permanecer sob as regras europeias. Essa ala defende que, no mínimo, o Reino Unido tenha o direito de deixar unilateralmente o backstop. É exatamente essa posição que May deve defender no seu tour por Bruxelas hoje, mas que Juncker já classificou como inaceitável.
 
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