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Venezuela

- Publicada em 24 de Janeiro de 2019 às 22:03

Cúpula militar declara lealdade a Nicolás Maduro

Padrino ressaltou que Nicolás Maduro é o 'presidente legítimo'

Padrino ressaltou que Nicolás Maduro é o 'presidente legítimo'


LUIS ROBAYO/AFP/JC
Após o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamar presidente interino do país, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, afirmou, nesta quinta-feira, que Nicolás Maduro é o presidente legítimo e que a oposição está dando um golpe de Estado. Padrino disse que os Estados Unidos e outros países estão efetuando uma "guerra econômica" contra a Venezuela, nação com as maiores reservas de petróleo do mundo.
Após o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se autoproclamar presidente interino do país, o ministro da Defesa, Vladimir Padrino, afirmou, nesta quinta-feira, que Nicolás Maduro é o presidente legítimo e que a oposição está dando um golpe de Estado. Padrino disse que os Estados Unidos e outros países estão efetuando uma "guerra econômica" contra a Venezuela, nação com as maiores reservas de petróleo do mundo.
"Alerto o povo da Venezuela que se está efetuando um golpe de Estado contra a institucionalidade, contra a democracia, contra nossa Constituição, contra o presidente Maduro, presidente legítimo", afirmou, ao lado de membros da cúpula militar.
Oito generais que comandam regiões estratégicas do país também ratificaram sua "lealdade e subordinação absoluta" ao líder chavista. "Leais sempre, traidores nunca", disseram eles ao final de suas intervenções, permeadas por menções ao falecido presidente Hugo Chávez: "Chávez vive, a pátria continua". Sob o governo Chávez (1999-2013), que era militar, e, depois, sob o regime Maduro, o número de generais na Venezuela se multiplicou - hoje, superam 2 mil. Os militares também ocupam postos e funções importantes no governo e nas empresas estatais.
Também nesta quinta-feira, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse ter considerado as declarações de Donald Trump sobre a Venezuela "chocantes" e que as democracias precisam respeitar o resultado de eleições. Erdogan acredita que o povo venezuelano continuará apoiando Maduro e que é "impossível" para a Turquia aprovar "o que está acontecendo na Venezuela".
Na quarta-feira, Trump afirmou que os EUA reconheciam Guaidó como presidente interino da Venezuela, dando início a um efeito dominó. Brasil, Colômbia, Equador, Costa Rica, Argentina, Chile, Paraguai e Guatemala são alguns dos países que também reconheceram a autoproclamação do chefe do Parlamento venezuelano.
O número de mortos nos protestos contra Maduro subiu para 16, segundo a ONG Observatório Venezuelano de Conflito Social. Os casos, quase todos por ferimentos com armas de fogo, foram registrados na capital Caracas e nos estados de Táchira, Barinas, Amazonas, Bolívar e Portuguesa. Além disso, nos últimos três dias de manifestações, a ONG Foro Penal contabilizou 218 prisões - 175 delas somente nas manifestações de quarta-feira.
 

EUA diz estar pronto para prover US$ 20 milhões em ajuda humanitária

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, anunciou, nesta quinta-feira, que os Estados Unidos proverão US$ 20 milhões em assistência humanitária à Venezuela "assim que for logisticamente possível". "Esses fundos devem ajudá-los a lidar com cortes severos de alimentos e medicamentos e outros impactos drásticos da crise política e econômica do seu país", afirmou em sessão do Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA), em Washington.
Segundo Pompeo, o anúncio do pacote assistencial é uma resposta a um pedido da Assembleia Nacional venezuelana, liderada por Juan Guaidó, deputado oposicionista que se declarou presidente interino do país e assim foi reconhecido por Washington e diversas nações ao redor do mundo.
O número 1 da diplomacia norte-americana classificou o regime de Nicolás Maduro como "ilegítimo, moralmente falido, economicamente incompetente e profundamente corrupto". "À luz desses fatos, convocamos forças de segurança a assegurar proteção à integridade física do presidente interino Guaidó", pediu. Pompeo argumentou que os EUA não chegaram à conclusão sobre declarar o regime de Maduro ilegítimo "da noite para o dia", mas sim "após uma longa e amarga experiência e depois de uma análise considerada dos fatos".